Search
Close this search box.
Search
Close this search box.

Cor jamais vista pelo olho humano é mostrada a 5 pessoas em laboratório

Cor jamais vista pelo olho humano é mostrada a 5 pessoas em laboratório

Considerada por especialistas como uma façanha tecnológica jamais vista (literalmente), uma equipe de cientistas da Universidade da Califórnia afirma ter tornado visível uma cor inédita, por meio de modificações nos fotorreceptores humanos. No experimento, cinco participantes receberam disparos de laser em seus olhos, e testemunharam uma cor azul-esverdeada chamada pelos autores do estudo de “olo”.

Em uma entrevista recente ao programa “Today” da BBC Radio 4, o líder da equipe e coautor, Ren Ng, que foi um dos cinco participantes da experiência, afirmou que o “olo” era “mais saturado que qualquer cor que você pode ver no mundo real”. A percepção foi obtida após um pulso de laser disparado na pupila de um olho de cada participante.

“Digamos que você dê uma volta a vida inteira e veja apenas rosa, rosa bebê, um rosa pastel”, disse ele aos ouvintes da emissora. “E então um dia você vai ao escritório, e alguém está vestindo uma camisa, e é o rosa bebê mais intenso que você já viu, e eles dizem que é uma nova cor, e nós a chamamos de vermelho”, explicou.

Produzindo a experiência de uma nova cor

b19158f922744397a2d741a8f4e1f8c7jsls1VJcfOdNs7ht-0.jpg
Visão geral do princípio e do protótipo do sistema. (Fonte: James Fonge et al., ScienceAdvances, 2025/Divulgação)

Publicado na revista ScienceAdvances, o estudo apresenta um princípio chamado Oz, “para a exibição de imagens coloridas: controlar diretamente a atividade fotorreceptora do olho humano por meio da entrega de luz célula a célula”. Trata-se de um dispositivo com espelhos, lasers e dispositivos ópticos, projetado por alguns dos autores, e atualizados para este estudo.

Palco biológico da experiência, a retina é a camada sensível localizada na parte posterior do olho, que converte a luz em sinais elétricos transmitidos ao cérebro pelo nervo óptico, para possibilitar a visão. Nessa estrutura, há três tipos de células cone, cada uma sensível a comprimentos de onda específicos: S (azul), L (vermelho) e M (verde).

Na experiência da cor “olo”, os pesquisadores usaram laser para estimular os cones M, fenômeno impossível na visão natural, na qual a estimulação de um cone sempre afeta os outros devido à sobreposição funcional. Produzido artificialmente, o estímulo mandou ao cérebro um sinal inédito de cor, com percepção registrada pelos participantes em um mostrador colorido, para atestar a coincidência com a nova cor.

Contestações e aplicações práticas da produção de cores na retina

GettyImages-1273819392.jpg
A nova pesquisa poderia beneficiar pessoas daltônicas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Como acontece com todas as experiências revolucionárias, esta também produziu alguns “olocéticos”, como o cientista da visão John Barbur, da City St George’s, University of London. Para o especialista, a propagada nova cor não passa de “um verde mais saturado que só pode ser produzido em um sujeito com mecanismo cromático vermelho-verde normal quando a única entrada vem dos cones M”.

Ele argumenta que se, por exemplo, os glóbulos do cone vermelho (L) fossem estimulados, as pessoas “perceberiam um vermelho profundo”. Em vez de nova cor, a percepção do “olo” segue os mesmos princípios neurológicos básicos de como percebemos outras cores, ou seja, é só um padrão de ativação dos fotorreceptores que nosso cérebro nunca experimentou antes, de forma natural.

Em defesa do “olo”, o professor Ng admite, a princípio, que a nova cor é “certamente muito difícil tecnicamente” de ver, pois demanda equipamento especializado. Mas ele também aponta uma possível aplicação prática desta pesquisa: a tecnologia e os princípios descobertos poderiam potencialmente beneficiar pessoas daltônicas, criando novas formas de corrigir ou compensar deficiências na visão de cores.

O que você acha do “olo”? É realmente uma nova cor ou uma percepção customizada para algumas pessoas? Comente o assunto nas redes sociais, e aproveite para compartilhar a matéria com amigos e seguidores. E, por falar em cor, é verdade que o Sol é amarelo?



Ceará Agora e Diário do Nordeste

Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *