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Apple remove aplicativos que alertam sobre presença de agentes da imigração, após pressão de Trump | Mundo

Anistia ampla, geral e irrestrita é impossível, diz relator | Política

A Apple disse, nesta sexta-feira (3), que removeu o ICEBlock, o aplicativo de rastreamento do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA) mais popular, e outros softwares semelhantes da App Store, após ter sido contatada pelo governo do presidente Donald Trump.

O aplicativo alerta usuários sobre a presença de agentes de Imigração e Alfândega (ICE) em sua área, o que, segundo o Departamento de Justiça dos EUA, poderia aumentar o risco de ataques contra os agentes.

O ICE tem sido uma peça central da rígida política migratória de Trump. Agentes têm feito batidas regulares e prendido imigrantes, enquanto defensores de direitos humanos afirmam que a liberdade de expressão e o devido processo legal frequentemente são violados na campanha de deportações do governo.

Companhias, incluindo a fabricante do iPhone, buscam evitar confrontos com a Casa Branca, que não tem hesitado em emitir ameaças — principalmente em relação a tarifas — contra empresas específicas.

“Com base nas informações que recebemos das autoridades policiais sobre os riscos à segurança associados ao ICEBlock, removemos este e aplicativos semelhantes da App Store”, disse a Apple, em comunicado por e-mail.

A Fox Business foi a primeira a noticiar a remoção do app, na quinta-feira (2), citando uma declaração da secretária de Justiça dos EUA, Pam Bondi, que afirmou que o Departamento de Justiça contatou a Apple para retirar o aplicativo, e que a empresa atendeu ao pedido.

“O ICEBlock foi projetado para colocar agentes do ICE em risco apenas por fazerem seus trabalhos, e a violência contra agentes da lei é uma linha vermelha intolerável que não pode ser cruzada”, disse Bondi à Fox Business.

Joshua Aaron, criador do ICEBlock, baseado no Texas, contestou essa caracterização e criticou a decisão da Apple. “Estou incrivelmente desapontado com as ações da Apple hoje. Ceder a um regime autoritário nunca é o caminho certo”, disse Aaron à Reuters, em resposta por e-mail. Bondi já havia argumentado anteriormente que Aaron “não está protegido” pela Constituição e que avaliam processá-lo, alertando-o para “tomar cuidado”.

A vigilância civil de agentes federais de imigração se tornou mais intensa desde o retorno de Trump ao cargo, enquanto ativistas afirmam estar tentando proteger suas comunidades da aplicação agressiva da lei por parte do ICE.

China faz mais exigências

Desde que Trump assumiu novamente, o ICE fez batidas em várias instalações com imigrantes em situação irregular nos EUA e aumentou a fiscalização com US$ 75 bilhões em novos recursos até 2029. A agência também prendeu portadores de visto e residentes permanentes nos EUA que foram alvo do governo Trump por sua defesa da causa palestina.

Especialistas jurídicos disseram à Reuters que a vigilância do ICE é amplamente protegida pela Constituição dos EUA, desde que não haja tentativa de obstruir a aplicação da lei.

A Apple removeu mais de 1.700 aplicativos da App Store em 2024 em resposta a exigências de governos, mas a esmagadora maioria — mais de 1.300 — veio da China, seguida pela Rússia (171) e pela Coreia do Sul (79). Nos últimos três anos, os EUA não apareceram como um dos países onde houve remoção de apps por exigência governamental, de acordo com relatórios de transparência da empresa.

A maioria dos iPhones da Apple é fabricada na China, o que torna a companhia particularmente sensível a políticas tarifárias. A Casa Branca cogitou possíveis impostos sobre chips incluídos nos dispositivos, o que impactaria significativamente as importações da empresa da China e de outros países.

A Apple remove milhares de aplicativos de sua loja todos os anos — mais de 82.500 em 2024 — por outros motivos, incluindo problemas de design, fraude ou violação de propriedade intelectual.



Valor Econômico

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