O presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, devem se encontrar na Coreia do Sul, nesta quinta-feira (30).
A reunião acontece enquanto as duas maiores economias do mundo lutam para resolver um conflito comercial prolongado que abalou a economia global.
As tensões reacenderam nas últimas semanas devido à expansão dos controles de exportação por Washington e ao endurecimento das restrições à exportação de terras raras pela China.
Essa escalada de retaliações levou Trump a prometer novas tarifas de 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro.
Mas os Estados Unidos e a China fizeram progressos aparentes durante o fim de semana, após a última rodada de negociações comerciais na Malásia.
A estrutura do acordo comercial abriu caminho para um encontro entre Trump e Xi à margem da cúpula de CEOs da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), na Coreia do Sul.
Será o primeiro encontro presencial entre os dois líderes desde que o presidente americano retornou à Casa Branca, em janeiro.
O último encontro com Xi ocorreu em 2019, durante a cúpula do G20 em Osaka, no Japão.
Entenda as prioridades no encontro EUA e China
O prazo de 10 de novembro para uma trégua comercial se aproxima, sob o risco de novas altas tarifas.
O que aparentemente começou como uma guerra contra o fluxo do opioide mortal fentanil se transformou em um conflito muito mais amplo, abrangendo terras raras, exportações americanas de soja, controles tecnológicos e as negociações energéticas da China com a Rússia.
- Tarifas e redução das tensões comerciais: Apesar de várias rodadas de negociações comerciais, as tarifas sobre mercadorias de ambos os lados permaneceram em dois dígitos.
- Fentanil: Trump impôs tarifas sobre produtos chineses pela primeira vez em fevereiro, alegando que Pequim não conseguiu conter o fluxo de drogas ilegais para os EUA. A China insiste que já tomou medidas abrangentes para resolver o problema. Um acordo poderia resultar na redução parcial ou total das tarifas de 20% sobre o fentanil impostas pelo governo dos EUA.
- Terras raras: A China impôs controles de exportação sem precedentes sobre os minerais críticos, provocando escassez global e interrompendo as cadeias de suprimentos. O país domina o processamento de terras raras, respondendo por mais de 90% da produção global processada.
- Soja: Durante anos, a China foi a maior compradora de soja americana, mas essas importações foram completamente interrompidas desde maio, provocando a insatisfação dos agricultores dos EUA.
- Rússia: Trump busca mais influência para encerrar a guerra na Ucrânia e disse esperar que Xi, um parceiro próximo de Vladimir Putin, possa ajudar. Ele também ameaçou repetidamente impor tarifas a países, como a China, que compram petróleo russo.
- “Igualdade de condições”: Washington nutre preocupações mais amplas e de longo prazo sobre seu relacionamento econômico com a China, incluindo um déficit comercial substancial, o sistema de subsídios industriais de Pequim e as limitações ao acesso estrangeiro a certos mercados.
- Controles tecnológicos dos EUA: As restrições americanas à exportação de chips de IA e outras tecnologias avançadas para a China têm sido um ponto crucial de atrito tanto nas discussões comerciais em curso quanto nas relações mais amplas entre as duas potências.
- Taiwan: O Partido Comunista Chinês, que governa a China, reivindica Taiwan como parte de seu território, apesar de nunca tê-la controlado. Analistas afirmam que Pequim espera que Washington altere sua posição de décadas de “não apoiar” a independência de Taiwan para “opor-se” a ela.
- Sem “contenção”: A China vê as ações de Washington nos últimos anos como uma tentativa de conter a ascensão econômica da China e frear suas ambições tecnológicas. O líder chinês quer que os EUA flexibilizem as restrições a investimentos em empresas chinesas.
- Taxas portuárias: A China tem manifestado repetidamente sua oposição desde que Washington começou a cobrar taxas de navios construídos no país para atracarem em portos americanos no início deste mês. Em retaliação, Pequim introduziu taxas semelhantes para embarcações americanas.
- TikTok: Trump e Xi avançaram na finalização de um acordo sobre o aplicativo, cujos ativos nos EUA devem ser vendidos a compradores americanos, de acordo com a lei dos EUA. Um acordo final poderá ser alcançado na reunião desta semana, disse Trump.
- Armas nucleares: O líder dos EUA mencionou o controle de armas nucleares como um tópico para negociações.
 
				 
		 
								 
								 
								 
								 
								