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A Revolução Chinesa do Automóvel: Pra Quem Bateu Palma e Pra Quem Chorou no Velório da Concorrência!

Meus prezados,
Eu me lembro que antigamente a gente trabalhava que nem um doido, que nem jumento puxando carroça de areia, só pra juntar um dinheirinho e dar entrada num carro. Era uma festa quando a gente vinha com o possante pra casa! Achava o máximo, carro com carburador que engasgava mais que gago lendo tabuada, janela a manivela que dava um calo na mão, rádio AM e FM (aí já era luxo pra ostentar e chamar a vizinhança pra ouvir a ‘Gazeta AM’) e aquele ventinho morno que saía do painel que, em dia de sol, dava pra cozinhar um ovo e ainda fritar um torresmo!
Os “barões”, esses sim, andavam com carro de câmbio automático, ar condicionado que gelava até a alma, os vidros do possante tudo elétrico, e o bicho ainda vinha com toca-fitas! Pense num luxo que fazia a gente se sentir na Disneylândia de Pindorama!
Aí o tempo passou, e quando liberaram para importar, as montadoras nacionais, que de besta não têm nem o andar, começaram a botar “tecnologia” nos carros. Era injeção eletrônica que a gente nem sabia pra que servia, “trio elétrico” (mas calma que não era de micareta pra subir no paredão, não. Era trava, vidro e alarme pra tentar proteger a geringonça), e um bocado de coisa que eles vendiam como a última Coca-Cola do deserto. Só deixaram de dizer que lá fora, nos outros terreiros, isso já era padrão desde os anos 70, meu amigo! Eles diziam ser tecnologia de ponta pra nós, mas pros gringos, já era coisa de dinossauro.
E o preço dos carros? Menino, o cabra colocava trava no volante, no pedal de embreagem, na porta, na alma, tudo para não levarem o “patrimônio”, pois pense numa coisa cara que sempre foi carro no Brasil! Era mais valioso que dente de ouro de avô rico.
Mas agora, meus consagrados, a coisa mudou. O povo lá da terra do Bruce Lee, há uns tempos, começou a chegar devagarzinho, sem “espantar” as empresas locais, que nem gato que entra na cozinha de mansinho. E foram chegando… Que quando as fábricas nacionais perceberam, já foi! Já era! O bonde passou e eles ficaram com a cara na poeira.
Os chineses aqui agora vendem carro com tecnologia de nave espacial que faria o Capitão Kirk da Enterprise sentir inveja, economia de camelo que atravessa o deserto com um gole d’água, e qualidade de fazer qualquer BMV (desculpem, mas não é Belina Muito Velha, fui eu que escrevi errado!) digo, BMW, ficar com vergonha de ter rodas. É um tal de Head-Up Display (um negócio de mostrar as coisas no para-brisa do carro, que nem jogo de vídeo game), painel digital que mais parece a tela da nave do Darth Vader, multimídia com câmera 360°, menino, é tanta coisa que eu fico aqui o dia todo e não termino de explicar! E o golpe de misericórdia na pleura central da concorrência: um preço de fazer carrinho de mão de feirante ficar envergonhado! De fazer a gente duvidar se o carro vem de brinde com um apartamento.
Mas se algum malacabado inventar de dizer: “Mas aí não vai ter carro para todo mundo, meu chapa!”, eu já aviso: “Ô, filhote de cruz credo, pegue o rumo da venta e vá se lascar!”. A fábrica que a BYD, por exemplo, inaugurou oficialmente no Nordeste, tá operando na velocidade de fazer um carro por minuto! Um por minuto! Ou seja, quando eu disse pro cabra ir se lascar, pronto, eles já fizeram três carros! Isso é mais ligeiro que cabra sem-vergonha pulando muro de casa de mulher casada pra não ser pego pelo marido.
E tu pensa que é só BYD, Chery ou GWM? Que nada! Vem aí Omoda, Jaecoo, GAC, Zeekr, Leapmotor, MG e Riddara, Changan, FAW, Dongfeng e BAIC, só até o primeiro trimestre de 2026! Depois vai chegar mais uma ruma que não acaba mais! É uma invasão que faria Genghis Khan se sentir um turista de fim de semana. E tudo com preço pra fazer as montadoras tradicionais que sempre botavam o maior boneco, colocando o preço que queriam e nós tendo de engolir seco, ficarem chamando urubu de meu louro! De fazer elas venderem o almoço pra comprar a janta!
É, minha gente, agora esse negócio vai ficar animado, pois, ou as montadoras tradicionais aprendem a vender carros com alto nível de equipamentos e preços bem competitivos, ou então… BABAU! Vão ficar chupando o dedo e assistindo o bonde passar. E eu, como bom cearense, gaiato que só eu, no meio dessa fuleragem toda, já disse: Eu acho é graça! Vendo o circo pegar fogo e os antigos reis do pedaço terem que suar a camisa pra correr atrás do prejuízo, depois de tanto tempo deitando e rolando na custa da gente, é que nem assistir a final do Campeonato Cearense quando seu time ganha: pura satisfação!
Valhei-me, minha Nossa Senhora protetora dos compradores de carros novos! E que os antigos vendedores aprendam a lição, que a chibata da concorrência agora é igual à do Bruce Lee!

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