A polícia argentina prendeu três brasileiros, suspeitos de fugir da operação contra o Comando Vermelho no Rio, que tentavam atravessar a fronteira Brasil-Argentina por uma passagem clandestina. Países vizinhos ao Brasil anunciaram reforço policial e de monitoramento em suas fronteiras após a megaoperação do Rio de Janeiro de 28 de outubro.
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Conforme divulgado pela polícia local, os cidadãos brasileiros vinham do Rio de Janeiro e foram presos na província argentina de Misiones nesta sexta-feira (31). Eles tentavam entrar no país por uma passagem ilegal próxima à cidade de Alba Posse, fronteira com o município de Porto Mauá, no Rio Grande do Sul.
Os suspeitos foram identificados como Ednei Carlos D. S., 25 anos, Luís Eduardo T. de S., 23, e Jackson S. de J., 35, todos naturais de Rio das Ostras, norte do Rio de Janeiro. Os três já têm passagens pela polícia brasileira.
Argentina reforçou policiamento na fronteira
As prisões aconteceram pouco tempo depois do anúncio de reforço nas fronteiras com o Brasil, justamente na tentativa de coibir fuga de integrantes do Comando Vermelho para outros países.
O governo Javier Milei foi quem anunciou as ações mais fortes na região. As operações policiais foram reforçadas nas ‘Zonas de Fronteira Leste e Noroeste’.
Além disso, conforme anunciado pela ministra da Segurança Nacional, Patricia Bullrich, as organizações criminosas Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) foram classificadas como organizações narcoterroristas. Brasileiros que passarem pela fronteira, mesmo legalmente, serão analisados “de maneira minuciosa”.
“Esse alerta máximo significa observar com muita atenção todos os brasileiros que venham à Argentina, verificando se têm ou não antecedentes, mas sem confundir turistas com integrantes do Comando Vermelho. Vou colocar as fronteiras em alerta máximo para que não haja travessia ou passagem de quem está claramente se deslocando do centro do conflito no Rio de Janeiro”, disse.
O Paraguai também anunciou medidas semelhantes de “prevenção e vigilância” nas fronteiras. O Conselho de Defesa Nacional paraguaio determinou reforços nas fronteiras e na imigração, além de aumento de patrulhamento, assim como “intensificação coordenada das operações de inteligência e vigilância estratégica”.
Na Bolívia, medidas não foram oficialmente divulgadas, mas o presidente eleito, Rodrigo Paz, fez um pedido formal ao atual presidente Luis Arce para impedir a entrada de “membros de organizações criminosas provenientes do Brasil, em decorrência dos graves atos de violência ocorridos recentemente no Rio de Janeiro”.
Megaoperação mais letal da história do Rio
A operação das forças de segurança do dia 28 de outubro nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio, tinha como objetivo cumprir mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV) e conter a expansão territorial da facção. A operação contou com cerca de 2.500 agentes das polícias civil e militar.
Os traficantes retaliaram com trocas de tiros, ergueram barricadas e utilizaram drones para lançar granadas contra equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), com o objetivo de dificultar o avanço das forças de segurança e proteger os principais líderes da facção.
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No total, dados oficiais dão conta de 121 mortos. Quatro pessoas eram policiais que participavam da operação, enquanto as outras 117 pessoas mortas ainda são identificadas em um mutirão do IML local.
Operação policial no Rio é considerada uma das mais letais da história da cidade