Neste domingo, dia 23, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou em audiência de custódia que teve “alucinações” e “certa paranoia”, o que o levou a violar a tornozeleira eletrônica na madrugada de sábado. Segundo ele, a ação ocorreu após acreditar que havia uma escuta instalada no dispositivo, motivando a tentativa de abri-lo com um ferro de solda.
Bolsonaro relatou que começou a tomar um dos medicamentos quatro dias antes dos fatos e atribuiu o episódio a uma interação inadequada entre remédios prescritos por médicos diferentes.Bolsonaro declarou que agiu sozinho e que familiares e um assessor dormiam no momento do ocorrido. Ele negou qualquer intenção de fuga e afirmou que interrompeu a tentativa de romper a tornozeleira quando “caiu na razão”, comunicando o fato aos agentes responsáveis por sua custódia.
O sistema de monitoramento registrou a violação às 0h07, e o ex-presidente foi preso preventivamente na manhã seguinte. Durante a audiência, conduzida de forma virtual, a juíza avaliou apenas a legalidade da prisão e as condições de integridade física e psicológica do ex-presidente, sem analisar o mérito das acusações.
Bolsonaro também negou que a vigília convocada pelo filho, senador Flávio Bolsonaro, tivesse o objetivo de provocar tumulto, afirmando que o local do ato ficava a 700 metros da casa onde estava custodiado.Como a prisão foi decretada por um ministro do Supremo Tribunal Federal, a juíza não poderia revogá-la.
O relatório da audiência será enviado ao ministro Alexandre de Moraes e, depois, à Primeira Turma do STF, que decidirá sobre a manutenção da prisão. A análise ocorrerá em sessão virtual marcada para esta segunda-feira (24), das 8h às 20h.