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O boom da inteligência artificial criou uma nova geração de bilionários, muitos deles com menos de 40 anos e que fundaram suas startups há menos de três anos, após o lançamento do ChatGPT. Entre os destaques, Alexandr Wang e Lucy Guo, da Scale AI, venderam parte da empresa à Meta por US$ 14,3 bilhões; os fundadores da Cursor passaram a integrar o grupo após sua startup ser avaliada em US$ 29,3 bilhões.
A Thinking Machine Labs, fundada por Mia Murati, atingiu US$ 10 bilhões em valor antes mesmo de lançar um produto, e a Safe Superintelligence, de Ilya Sutskever, já levantou US$ 3 bilhões. Brett Adcock e Aravind Srinivas acumulam fortunas superiores a US$ 19 bilhões com Figure AI e Perplexity, respectivamente.
Apesar da ascensão rápida, o setor segue dominado por homens. Especialistas alertam que essa riqueza pode ser volátil caso as expectativas de mercado não se confirmem.
* Resumo gerado por inteligência artificial e revisado pelos jornalistas do NeoFeed
À frente dos dois maiores símbolos, até aqui, do hype em torno da inteligência artificial (IA), Jensen Huang, da Nvidia, e Sam Altman, da OpenAI, também são os melhores exemplos de donos de contas bancárias já recheadas que ganharam novos – e muitos – dígitos a partir desse boom.
Esse frenesi, entretanto, não reforçou apenas o patrimônio pessoal de quem já integrava o clube de bilionários globais. Em um roteiro já encenado em outras ondas tecnológicas, a IA também foi o passaporte para que um novo grupo ingressasse nessa lista.
Uma nova geração de bilionários (pelo menos no papel) está surgindo com a onda da inteligência artificial, em uma velocidade muito maior do que aquela que Elon Musk levou para alcançar nove dígitos de patrimônio, segundo reportagem do The New York Times.
Ao fazer referência a períodos como a bolha da internet do final da década de 1990 e início dos anos 2000, a publicação ressalta que, assim como naquela época, alguns dos estreantes nessa relação podem se tornar os futuros todo-poderosos do Vale do Silício.
São exemplos desses novos bilionários a dupla Alexandr Wang e Lucy Guo, fundadores da Scale AI, startup californiana de IA que, em junho deste ano, vendeu uma fatia de 49% para a Meta, por US$ 14,3 bilhões. Hoje, os dois têm fortunas estimadas, respectivamente, em US$ 3,6 bilhões e US$ 1,3 bilhão.
Também da Califórnia, o quarteto formado por Michael Truell, Sualeh Asif, Aman Sanger e Arvid Lunnemark passou a integrar esse rol em novembro deste ano, quando a Cursor, startup fundada por eles em 2022, foi avaliada em US$ 29,3 bilhões em uma rodada com investidores como Nvidia e Google.
Esse mesmo script, marcado por fortunas turbinadas a partir da valorização exponencial de startups em rodadas privadas, foi seguido por outros nomes. Entre eles, os empreendedores por trás de empresas como Perplexity, Mercor, Figure AI, Safe Superintelligence e Thinking Machines Lab.
Outros pontos em comum desses novos integrantes do clube de nove dígitos são a idade – todos têm menos de 40 anos, e a rapidez com que se tornaram bilionários. Boa parte deles fundou suas respectivas empresas há menos de três anos, após o lançamento do ChatGPT pela OpenAI.

Duas startups com nomes ligados justamente à dona do ChatGPT ilustram bem essa velocidade. A primeira é a Safe Superintelligence, liderada por Ilya Sutskever, cofundador da OpenAI. Fundada em 2024, a empresa já levantou US$ 3 bilhões e foi avaliada em US$ 32 bilhões.
A segunda é a Thinking Machines Lab, de Mira Murati, ex-diretora de tecnologia da OpenAI. A companhia foi criada em fevereiro de 2025. E, em junho, mesmo sem ter um produto lançado, já valia US$ 10 bilhões, após captar US$ 2 bilhões com investidores como Andreessen Horowitz e Nvidia.
Em outros casos que reforçam essa rapidez, Brett Adcock, de 39 anos, fundou a Figure AI em 2022. E, atualmente, é dono de um patrimônio de US$ 19,5 bilhões. No mesmo ano, Aravind Srinivas criou a Perplexity. Hoje, aos 31 anos, sua fortuna estimada é de cerca de US$ 20 bilhões.

Fundada também em 2022, a Harvey “abusou” da velocidade ao engordar a conta bancária dos seus fundadores – Winston Weinberg e Gabe Pereyra. A startup de São Francisco já captou US$ 1 bilhão, dos quais, cerca de US$ 800 milhões em quatro rodadas realizadas apenas em 2025.
Entretanto, se esses novos bilionários parecem ter chegado a esse patamar em menor tempo, em outro ponto, essa nova safra parece manter a marcha de outras gerações, já que essa safra reserva lugar para apenas duas mulheres, Guo e Murati.
À parte dessa questão, Jai Das, sócio da Sapphire Ventures, empresa de capital de risco do Vale do Silício, disse ao The New York Times que esses novos nomes se comparam aos magnatas das ferrovias da chamada Era Dourada (Gilded Age), da década de 1890.
Ele ressaltou que aquela geração também se aproveitou do boom tecnológico da época. Mas alertou que, agora, a riqueza dos novos bilionários da inteligência artificial pode ser efêmera, caso suas startups não correspondam às expectativas.
“A questão é qual dessas empresas vai sobreviver”, disse Das. “E qual desses fundadores realmente conseguirá se tornar bilionário de verdade, e não apenas bilionário no papel.”