Informa a Confederação Nacional da Indústria (CNI): os R$ 43,7 bilhões contratados pelo setor produtivo junto ao Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), em 2023, acrescentaram R$ 51,5 bilhões em valor adicionado à economia da região, incluídos, também, o Norte de Minas Gerais e o Norte do Espírito Santo, que integram a área de atuação da Sudene e do Banco do Nordeste (BNB).
Essa montanha de recursos contribuiu para a criação ou a manutenção de quase dois milhões de empregos, sejam eles diretos, nas empresas que contratam o crédito; indiretos, na cadeia produtiva; ou induzidos, decorrentes do aumento de consumo das famílias, os quais somaram R$ 14,5 bilhões em salários.
O levantamento da CNI foi feito com base em estudo do Banco do Nordeste (BNB), banco administrador do FNE. Vale lembrar que, entre os três Fundos Constitucionais de Financiamento existentes, o FNE é aquele com o maior volume de recursos.
Quando se avaliam os impactos setoriais do FNE, cabe destacar a criação ou manutenção de 265 mil empregos na indústria, agroindústria e infraestrutura, que somaram R$ 4,4 bi em salários.
Devem ser ressaltados, ainda, os ganhos do programa específico de fomento à indústria, o FNE Industrial, que financiou 7.182 operações de crédito entre 2012 e 2022, em 68 atividades distintas. Com o intuito de avaliar a efetividade do programa, o BNB analisou, com base em dados da Receita Federal, a taxa de sobrevivência das empresas financiadas e observou que cerca de 90% delas continuavam ativas e operando normalmente, ao passo que a média nacional era de 57% no mesmo período.
Neste ano de 2025, o FNE prevê a disponibilização de R$ 47,3 bilhões em linhas de crédito ao setor produtivo, dos quais R$ 15,2 bilhões estão previstos para a indústria, a agroindústria e a infraestrutura. O montante, superior ao programado em 2023 e em 2024, mesmo quando considerados os efeitos da inflação, aumenta as expectativas quanto aos impactos socioeconômicos que os financiamentos contratados podem trazer às empresas e, consequentemente, à população da área de atuação do FNE.
“Em meio aos juros altos, instrumentos que reduzam o custo do crédito para as empresas são fundamentais. O FNE permite que o setor produtivo continue investindo, tirando do papel projetos que, em condições adversas como esta, não aconteceriam, além de impulsionar o emprego e renda para a população”, como diz o presidente da CNI, Ricardo Alban.
O QUE VEM PARA O CEARÁ EM 2025
Para o Ceará, os créditos programados pelo FNE para este ano alcançam R$ 6,3 bilhões, dos quais R$ 2,5 bilhões voltados à indústria e à infraestrutura.
“Na Região Nordeste, o crédito do FNE tem sido um dos principais motores da transformação industrial, ao acelerar projetos estruturantes, atrair novas indústrias e reduzir o custo do crédito para modernização e ampliação de plantas. Com isso, impulsiona o emprego, a inovação e a competitividade em todos os estados da região – com destaque para o Ceará”, declarou o vice-presidente executivo da CNI e presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante.
Os números do BNB mostram que os impactos econômicos do FNE ultrapassam sua própria área de atuação, chegando a outras regiões brasileiras. Isso ocorre porque o setor produtivo do Nordeste compra, de outras partes do país, insumos e bens de capital para a produção, como máquinas e equipamentos. Além disso o aumento da renda das famílias, decorrente do aumento de horas trabalhadas ou de novas contratações, pode ser também revertido em consumo fora da região onde o investimento ocorreu.
Assim, considerando os efeitos fora da área de atuação do FNE, o BNB estima que os R$ 43,7 bilhões em financiamentos contratados pelas empresas em 2023 acrescentaram R$ 35,1 bilhões em valor adicionado à economia das demais regiões. Além disso, ajudaram a criar ou manter cerca de 500 mil empregos em outras partes do país.
Somando os efeitos gerados dentro e fora do Nordeste, os recursos do FNE produziram R$ 86,6 bilhões em valor adicionado e contribuíram com a criação ou manutenção de 2,4 milhões de empregos.