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Com US$ 40 milhões, Alex Lazarow vai em busca de “camelos inovadores” pelo mundo (inclusive no Brasil)

Com US$ 40 milhões, Alex Lazarow vai em busca de

O investidor e professor Alex Lazarow ganhou fama no mundo do venture capital em meados de 2020 ao propor que os empreendedores parassem de pensar em se tornar unicórnios e se concentrassem em ser “camelos”, com modelos de negócios rentáveis e resilientes, um conselho que se mostrou útil quando a liquidez abundante secou.

Agora, em um cenário que permanece complicado, Lazarow busca novos camelos para investir. Por meio da Fluent Ventures, sua gestora de venture capital, ele tem planos de aportar US$ 40 milhões em todo o mundo, buscando não apenas encontrar startups resistentes, como também modelos de negócios inovadores e que possam ser replicados pelo mundo.

“Nosso modelo é de polinização global de ideias. Achamos que os principais problemas do mundo são globais, mas que as soluções são locais, e nós queremos apoiar líderes globais”, diz Lazarow, ao NeoFeed. “Podemos dizer que a tese do fundo é de arbitragem geográfica.”

A Fluent Ventures está executando um programa de investimento com recursos vindos de seu primeiro fundo, cujo tamanho não foi informado, e co-investimentos com seus parceiros globais. A gestora conta com o apoio de mais de 75 fundadores de unicórnios pelo mundo, como David Vélez, do Nubank, de líderes do setor de tecnologia e fundos de venture capital ou seus general partners.

A gestora investe nas fases early stage, de pré-seed até à fase anterior a uma rodada Série A, assinando cheques na faixa US$ 250 mil a US$ 2 milhões, a depender do estágio em que a startup se encontra. Lazarow não informou quanto pretende retornar aos investidores.

A ideia é realizar um total de 25 investimentos neste primeiro momento, com um terço dos aportes ocorrendo na América Latina, outra parte igual na América do Norte e o restante pelo mundo, com a casa sendo co-lead ou o segundo maior cheque nas rodadas.

“Eu não quer ser o gringo vindo ao Brasil para liderar uma rodada. Queremos ser parceiro dos fundos locais que conhecemos, sendo um parceiro global num captable local”, diz.

A Fluent Ventures foi fundada em 2022, mas Lazarow só começou a ser vocal sobre a gestora recentemente, por conta das regras nos Estados Unidos que impedem publicidade enquanto um gestor está levantando recursos.

Desde sua criação, a Fluent realizou 13 investimentos, sendo quatro na América Latina e dois deles no Brasil. No portfólio estão nomes como a mexicana Prima, que desenvolveu uma plataforma de integração de todas as fases de uma indústria, e a companhia brasileira de saúde domiciliar ISA.

A gestora está de olho em três frentes: fintechs, e-commerce e digitalização da saúde, por ainda ver possibilidades para resolver complexidades nos segmentos e pelo efeito em cadeia que certas soluções podem ter. E dentro desses três temas, a ideia é procurar novos modelos de negócios que não precisam ser “operadores puros” de determinados temas.

Startups de inteligência artificial (IA), cripto e biotech não estão no mandato da Fluent Ventures. “Para mim, as coisas mais interessantes em venture capital estão justamente em não buscar os novos ‘objetos brilhantes’”, diz.

Lazarow e sua equipe mapeiam modelos de negócios inovadores e provados pelo mundo e buscam empresas que façam o mesmo nos mercados locais, respeitando as necessidades locais.

Esse é o caso da Prima, na qual a Fluent Ventures participou, no fim do ano passado, do aporte de US$ 23 milhões, e da saudita BRKZ, uma construtech de gestão de compras e fornecedores, que realizou uma rodada de US$ 17 milhões em fevereiro deste ano.

Ambas são marketplaces com aplicações industriais, cujos investimentos foram motivados pelo sucesso visto em duas companhias indianas semelhantes, a infra.market, em construção civil, e Zetwerk, na indústria, segundo Lazarow.

“William Gibson, um autor americano, uma vez disse que o futuro já está aqui, mas não está distribuído de forma equivalente”, afirma. “É assim que nós na Fluent Ventures pensamos, que podemos encontrar o futuro em diferentes partes do mundo e investir.”

Apesar do situação mais complexa no ecossistema de startups e venture capital, Lazarow acredita que o momento é favorável tanto para quem está começando uma empresa, quanto para quem busca novidades, ainda mais em regiões pouco exploradas pela maioria dos fundos de VC, como é o caso da América Latina.

“Em 2013, quatro cidades concentravam unicórnios. Atualmente são 156, uma verdadeira explosão”, diz Lazarow. “O número de fundos de venture capital na lista de Midas da Endeavor fora do Vale do Silício era zero. Hoje, segundo a Endeavor, são 30%.”

Na busca de novos modelos de negócios, a Fluent Ventures pretende seguir a filosofia de startups “camelos” de Lazarow, que foca em companhias com fortes unit economics, baixa queima de caixa e boas perspectivas de longo prazo. A proposta é tentar combinar modelos robustos de negócios com boas perspectivas de crescimento.

“O seed strapping [quando uma startup levanta apenas uma rodada de financiamento] é uma filosofia para nós, é para onde gravitamos”, diz. “Se um fundador vier para mim e disser que precisa levantar US$ 100 milhões para construir sua empresa, não é algo para nós.”





Ceará Agora e Diário do Nordeste

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