O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o mutirão realizado neste sábado (13) para atendimentos em hospitais universitários por todo o Brasil demonstra que é possível solucionar as filas de espera no Sistema Único de Saúde (SUS) e defendeu a realização de mais ações dessa natureza para agilizar os atendimentos. O chefe do Executivo defendeu, ainda, que é preciso ampliar o programa Mais Médicos, que leva profissionais a regiões consideradas de difícil acesso.
“O que nós estamos apontando pra sociedade brasileira? É que as filas têm jeito. A fila tem jeito”, disse Lula durante visita ao Hospital Universitário de Brasília (HUB). “A gente precisa mapear quais são as coisas que estão mais acumuladas e fazer mais mutirões. Não uma vez a cada três meses, mas quem sabe a gente não faz um mês inteiro de mutirão, por exemplo, para tratar de doenças de mulher…”
O chefe do Executivo também defendeu aumentar a disponibilidade de especialistas disponíveis nas redes públicas para atendimento da população, citando o programa Mais Médicos. Ele citou que, à época do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, havia no país 18 mil médicos no programa, mas, quando o PT reassumiu o governo, eram apenas 12 mil médicos.
“Houve uma piora na saúde brasileira. Agora já estamos com quase 30 mil médicos; mais do que dobramos em dois anos e meio, e achamos que é pouco. Tem uma parte da elite brasileira que acha que não é preciso formar mais médicos, que tem muito. Tem muito médico em uma certa parte do país, mas quando entramos no coração do país, no Norte, no Nordeste, no sertão, não tem médico e, às vezes, o prefeito não tem dinheiro para pagar”, declarou o presidente.
Também estiveram presentes o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o ministro da Educação, Camilo Santana, e o presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, Arthur Chioro. A ação integra o chamado “Dia E – Ebserh em Ação”, que envolve mais de 29 mil atendimentos em 45 hospitais universitários federais nas cinco regiões do Brasil, de forma simultânea.
“A gente paga hora extra, mas é o seguinte: a gente vai ter que fazer mais. Enquanto não temos todos os médicos que precisamos em todos os hospitais, o nosso pessoal universitário, nossos hospitais vão ter que fazer mais”, disse Lula.
No início de sua fala, o presidente mencionou uma reportagem do jornal “O Globo” sobre o jornalista americano que se surpreendeu com o atendimento no SUS. “É importante ter consciência de que não existe nenhum país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes que tenha um sistema como o nosso”, enfatizou.
Ao total, estão programados mais de 29 mil atendimentos, por meio do SUS, sendo 1,9 mil cirurgias eletivas, 4,5 mil consultas especializadas e 22,7 mil exames especializados e terapias. Os atendimentos serão voltados a várias especialidades, como cardiologia, ortopedia, oftalmologia e saúde da mulher. Mas, segundo o ministro Padilha, a expectativa é de que os atendimentos possam ultrapassar essa marca.
“Estamos desde manhã cedo monitorando os Estados. Alguns hospitais aumentam a programação. Vamos ficar ao longo de todo o dia para fechar os dados. Na última vez foram cerca de 12 mil procedimentos; agora já começamos com mais de 29 mil. A expectativa é que possa ultrapassar isso. É o maior mutirão nacional já feito já feito na história do SUS não só pela quantidade, mas pela diversidade”, afirmou o ministro.
A ação também acontece em Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo, Tocantins, além do Distrito Federal.
Essa é a segunda edição do Dia E neste ano. Em julho, foram realizados 12.464 procedimentos em todo o país, sendo 10.160 exames, 1.244 consultas e 1.060 cirurgias. Em 2025, a Ebserh em Ação já realizou um total de 417 mutirões em diferentes momentos.