O iFood anunciou nesta terça-feira (29) que vai aumentar a taxa mínima paga aos entregadores em até 15%, dependendo da modalidade, com a mudança sendo aplicada automaticamente no aplicativo. Os novos valores estão previstos para entrar em vigor a partir do dia 1º de junho.

A mudança foi confirmada cerca de um mês após os protestos que reuniram milhares de pessoas pelo Brasil pedindo por melhorias nas condições de trabalho nos apps de entrega. Apesar disso, o reajuste ficou abaixo do valor mínimo reivindicado pelos manifestantes, que era de R$ 10.

Qual é a nova taxa mínima por entrega do iFood?

O valor da taxa mínima por entregas no iFood será o seguinte a partir de junho:

• Bicicleta: R$ 7,00;
• Moto e carro: R$ 7,50.

No caso dos ciclistas, o reajuste foi de 7,7% em relação ao valor pago atualmente, que é de R$ 6,50. Ainda neste modal, o app de delivery confirmou a padronização do limite de 4 km por rota, para garantir mais conforto ao trabalhador.

A empresa comentou que há a possibilidade de ultrapassar a distância em determinadas regiões, por conta de questões geográficas, mas que esses casos são exceções. Já para quem faz entregas com moto ou carro, o valor da taxa mínima subiu 15,4% em relação aos atuais R$ 6,50 pagos.

“Esse é um reajuste sustentável para todo o negócio, garantindo a saúde financeira da plataforma e gerando benefícios para todo o nosso ecossistema, impactando positivamente entregadores, consumidores e parceiros”, justificou a companhia, em comunicado.

Mais mudanças anunciadas pelo iFood

Além do aumento da taxa mínima para as entregas, o iFood revelou melhorias no seguro social oferecido a todos os entregadores cadastrados, garantindo maior proteção durante o período de trabalho:

• Cobertura da Diária de Incapacidade Temporária (DIT) acionada em caso de atestado médico passando de 7 para 30 dias, com pagamentos variando de R$ 300 a R$ 1.500;
• Aumento na indenização para casos de invalidez permanente ou morte acidental, que passa a ser de R$ 120.000 — antes, a empresa pagava R$ 100.000;
• Reembolso ou cobertura total de despesas médicas e hospitalares na rede credenciada;
• Oferta de auxílio-funeral e apoio emocional e financeiro para a família em caso de falecimento do entregador;
• Ajuda com a educação dos filhos de entregadores falecidos até eles completarem 18 anos.

O app de delivery também garantiu que o novo pacote de iniciativas para valorizar quem realiza as entregas não afetará os consumidores. Ou seja, os preços dos pedidos não vão subir por causa do reajuste na taxa mínima por entrega.

Entregadores questionam reajuste

O aumento na taxa mínima por entregas no iFood não agradou aos líderes do Breque Nacional, movimento ocorrido nos dias 31 de março e 1º de abril. Nenhuma das principais reivindicações dos entregadores foi atendida, como destacou o porta-voz da Liderança dos Entregadores de Apps de São Paulo, Júnior Freitas.

“Eu já estou vendo aqui nos grupos que a categoria está totalmente insatisfeita, não atendeu nada do que a gente esperava. Talvez a gente consiga, já nos próximos dias, anunciar uma nova data de paralisação, uma paralisação mais intensificada”, revelou Freitas, em entrevista ao Terra.

Durante a manifestação, a categoria fez pedidos como taxa mínima de R$ 10 por entrega, valor pago pelo quilômetro rodado de R$ 2,50 e pagamento integral de pedidos agrupados na mesma rota. A limitação das entregas de bicicleta em um raio de 3 km era outra exigência do grupo.

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