Search
Close this search box.
Search
Close this search box.

Mais uma empresa de baterias para carros elétricos fica “sem energia” financeira

Mais uma empresa de baterias para carros elétricos fica

Na contramão do volume substancial de investimentos que captaram nos últimos anos, muitas das empresas da cadeia de carros elétricos vêm seguindo um outro percurso mais recentemente: a recuperação judicial.

Agora, quem está prestes a engrossar essas fileiras é a Northvolt. Fabricante sueca de baterias para veículos elétricos, a empresa está avaliando entrar com um pedido de falência em sua terra natal. As informações são do jornal local Dagens Nyheter.

Caso siga nessa direção, essa não seria a primeira vez que a companhia optaria por tal via. Em novembro de 2024, a empresa entrou com um pedido de proteção contra a falência, dentro do Chapter 11, nos Estados Unidos.

A busca por esse recurso em solo americano parece, porém, não ter sido suficiente. Segundo o jornal sueco, a previsão é de que o conselho da companhia entre com o pedido de falência no país na quarta-feira, 12 de março, se não conseguir levantar novos financiamentos em cerca de 24 horas.

Fundada em 2016, a Northvolt ganhou tração como uma possível alternativa da União Europeia para reduzir a dependência de rivais chinesas. Entre elas, a BYD, fabricante de carros elétricos e baterias, e a CATL, maior nome global nesse último segmento.

Com essa pegada, a companhia captou US$ 13,8 bilhões entre equity e dívida com investidores como a Volkswagen e o Goldman Sachs, que figuram como seus maiores acionistas, com fatias de 21% e 19%, respectivamente.

Na última vez que recorreu a recursos externos, em janeiro de 2024, a empresa anunciou um empréstimo de US$ 5 bilhões para viabilizar a expansão de sua fábrica na Suécia. Entretanto, o financiamento foi cancelado posteriormente.

O cancelamento veio na esteira de constantes descumprimentos de metas internas de produção por parte da companhia. Entre eles, a projeção de fabricar 100 mil células por semana contra a realidade de alcançar um volume, em média, de 20 mil a cada sete dias.

Esse contexto deu início a uma série de revisões nas metas e levou à suspensão, em outubro, de parte das linhas de produção, com o objetivo de reduzir custos. Nesse intervalo, entre outros impactos, a Northvolt perdeu um contrato de € 2 bilhões com a BMW.

Ao dar entrada em seu pedido de proteção contra falência nos Estados Unidos, a companhia informou que o processo lhe daria acesso a cerca de US$ 145 milhões em garantias e US$ 100 milhões em financiamentos. E que suas fábricas na Suécia seguiriam operando normalmente.

A informação da busca pelo Chapter 11 foi acompanhada do anúncio de que o cofundador e CEO Peter Carlsson estava deixando o comando da companhia e que permaneceria como membro do board e consultor sênior.

Na época, a empresa informou que precisava de até US$ 1,2 bilhão para recuperar sua operação. Já no fim de janeiro, documentos divulgados pela companhia revelaram uma dívida de mais de US$ 8 bilhões.

Na contramão

Há quem esteja desafiando, porém, essa corrente nada favorável do setor. Esse é o caso da própria CATL, rival da Northvolt. Em fevereiro, a companhia, que já tem capital aberto em Shenzhen, entrou com um pedido de listagem secundária na bolsa de valores de Hong Kong.

Nesse processo, a expectativa é que a CATL, que fornece baterias para empresas como a Tesla e a Volkswagen, sócia da Northvolt, movimente, pelo menos, US$ 7 bilhões, o que configuraria a maior oferta pública de ações na região desde 2021.

Quem também parece disposta a seguir esse roteiro é a Ather, fabricante de scooters elétricas da Índia. Nesta terça-feira, 11 de março, a agência Bloomberg informou que a empresa está avançando rumo a um IPO no país com o plano de captar cerca de US$ 400 milhões e alcançar um valuation de até US$ 1,6 bilhão.

Essa cifra, porém, está abaixo do valor de aproximadamente US$ 2 bilhões que a Ather buscava inicialmente em sua oferta. Fundada em 2013, a companhia já captou US$ 578 milhões com investidores como Tiger Global e GIC, o braço do fundo soberano de Cingapura.



Ceará Agora e Diário do Nordeste

Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *