Search
Close this search box.
Search
Close this search box.

Méliuz compra mais R$ 158 milhões em bitcoin

méliuz bitcoin

A Méliuz anunciou nesta segunda-feira, 23 de junho, a compra de mais US$ 28,61 milhões (R$ 158 milhões) em Bitcoin. Com a aquisição, a companhia passa a deter 595,67 Bitcoins — o equivalente a cerca de R$ 336,4 milhões alocados na criptomoeda, considerando a cotação atual.

Segundo o comunicado, a Méliuz passa a ser a empresa de capital aberto com mais bitcoin em tesouraria da América Latina, superando o Mercado Livre.

A empresa mudou de rota neste ano, tornando-se uma Bitcoin Treasury Company — companhia cujo principal objetivo é o acúmulo de Bitcoin. O novo mandato foi aprovado pelos acionistas em assembleia realizada em 15 de maio, abrindo caminho para que a Méliuz emita ações com o objetivo de aumentar suas posições na criptomoeda.

O dinheiro proveniente desta operação foi captado no follow-on da semana passada, em que a companhia levantou R$ 180 milhões, chegando a vender parte do lote adicional de ações. Descontados os custos da oferta, cerca de R$ 150 milhões foram destinados integralmente à compra de Bitcoin, em linha com a nova estratégia da empresa.

“O principal negócio da companhia hoje é, sim, fazer o acúmulo de bitcoin. Os nossos acionistas escolheram esse caminho de alterar a missão da companhia, alterar o motivo de ser do grupo”, diz Israel Salmen, fundador e presidente do conselho da Méliuz.

A companhia pretende utilizar tanto o caixa gerado pelas operações — como o tradicional negócio de cashback — quanto recursos captados no mercado de capitais para expandir sua posição na criptomoeda.

Com o novo modelo, a Méliuz segue uma estratégia semelhante à adotada por empresas como a norte-americana MicroStrategy e a japonesa Metaplanet, que se consolidaram como veículos de exposição a Bitcoin nas bolsas de seus respectivos países.

A decisão de se tornar uma Bitcoin Treasury Company reflete um reposicionamento após anos de desgaste na bolsa. Desde o pico das ações, em 2021, o papel acumulava uma queda superior a 90% no início deste ano e vinha praticamente esquecido pelo mercado.

“O Méliuz já tinha um veículo listado, que estava largado na bolsa. Em nossos calls de resultado, basicamente nenhum investidor comparecia. Os nossos principais investidores — que participaram, seja do IPO, seja do follow-on — já tinham saído. E o mais importante de tudo, para se tornar uma Bitcoin Treasury Company, é estar listado para conseguir usar o mercado de capitais”, afirma Salmen.

Desde abril, quando anunciou sua mudança de estratégia para se tornar uma Bitcoin Treasury Company e começar a acumular Bitcoin, as ações da Méliuz acumulam uma valorização de 115%. Mais do que isso, o volume negociado disparou, crescendo 24 vezes no período.

“Não estou no Ibovespa hoje, mas eu estou negociando volume de Ibovespa desde que anunciei o Bitcoin. Se eu me mantiver assim, nas próximas revisões eu devo entrar — não sei se na de setembro, mas na de janeiro, com certeza”, afirmou Israel Salmen, fundador e CEO da companhia, em tom otimista.

Além do follow-on, a empresa também aprovou um aumento do capital, o que lhe dá flexibilidade para realizar futuras emissões de ações sem a necessidade de convocar uma nova assembleia de acionistas.

O racional por trás dessas compras é que, ao emitir ações com prêmio — ou seja, quando o valor de mercado da empresa negocia acima do valor dos Bitcoins que ela já possui em caixa —, a companhia consegue captar recursos no mercado e adquirir uma quantidade de Bitcoin proporcionalmente maior do que a diluição gerada pela emissão de ações.

A companhia afirma que, pelo menos nos próximos dois anos, planeja maximizar o número de Bitcoins em tesouraria por ação. Atualmente, o valor de mercado da empresa representa cerca de 2,36 vezes sua quantidade de Bitcoin em caixa.



Ceará Agora e Diário do Nordeste

Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *