Search
Close this search box.
Search
Close this search box.

Ministério dos Portos consolida abertura do setor com mais quatro leilões

Ministério dos Portos consolida abertura do setor com mais quatro leilões

O Ministério dos Portos e Aeroportos anunciou na sexta-feira, 16 de maio, que o segundo leilão de concessão de terminais portuários do ano será realizado em julho.

Nesta etapa, o governo federal prevê R$ 1,03 bilhão de investimentos com a licitação de terminais nos portos do Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Vila do Conde (PA) e Maceió (AL). O porto paraense deverá atrair a maior concorrência, pois concentra R$ 900 milhões de investimentos, quase 90% do total do lote.

O anúncio reforça a agenda agressiva de investimentos no setor por parte do Ministério dos Portos e Aeroportos, que no ano passado já havia realizado oito leilões e planejou mais 42 concessões e arrendamentos portuários para o biênio 2025-2026, os quais devem gerar investimentos de R$ 14,5 bilhões.

O sucesso do primeiro leilão do ano, no fim de abril, animou o governo a acelerar a agenda. Na ocasião, foram licitados quatro terminais – três no porto de Paranaguá (PR) e um no porto do Rio de Janeiro, todos voltados à movimentação e armazenagem de granéis sólidos vegetais, como soja e milho, com previsão de mais de R$ 2 bilhões em investimentos e aportes ao longo de 35 anos de contrato.

A forte concorrência dos leilões de abril – que renderam R$ 855 milhões em outorgas apenas nos terminais de Paranaguá, sendo que um deles foi arrematado após 58 lances – foi visto como um prenúncio do potencial desse segundo lote.

O novo leilão foi confirmado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na semana passada, após aprovação do arrendamento do terminal de Vila do Conde e a dispensa da análise da concessão do terminal do Rio de Janeiro.

“O segundo bloco prevê ampliação da capacidade logística para o escoamento da produção agrícola do Brasil, viabilizando maior infraestrutura de transporte e geração de emprego e renda, além de maior conforto para passageiros e turistas”, afirmou o ministro Silvio Costa Filho, dos Portos e Aeroportos.

A agenda do ministério prevê ainda licitação de canais de acesso aos portos, com obrigação de aprofundar calado para atenuar um dos maiores gargalos de logística dos portos brasileiros – sua incapacidade de receber os navios porta-contêineres mais modernos, de grande porte, devido à baixa profundidade das águas nos locais de atracação.

No fim de abril, o TCU deu sinal verde para o primeiro leilão, para o canal de acesso ao porto de Paranaguá. O concessionário deverá providenciar o licenciamento ambiental e realizar a dragagem da obra – até atingir 15 metros de calado – , com previsão de R$ 1,23 bilhão de investimentos nos primeiros cinco anos, do total de 25 de concessão.

O edital do leilão de Paranaguá deverá ser publicado até julho. Na sequência devem ser leiloados os canais de acesso aos portos de Santos, Salvador, Itajaí e Rio Grande.

Outras duas grandes apostas da pasta devem gerar mais R$ 8 bilhões de investimentos. Uma das iniciativas é o leilão de arrendamento do chamado Tecon 10 – que envolverá a expansão de 50% do terminal de contêineres STS 10 no porto de Santos, hoje operando no limite, além da construção de um novo terminal de passageiros, no valor de R$ 4 bilhões.

A outra é a concessão de hidrovias. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), agência reguladora do setor, prevê no total a concessão de seis hidrovias, que deverão gerar R$ 4 bilhões em investimentos diretos.

Vila do Conde na mira

A expectativa para o segundo lote de concessões de terminais portuários deve se concentrar para o certame do terminal VCD29,  de Vila do Conde. O arrendamento tem investimentos previstos de R$ 908,5 milhões, com prazo de 25 anos.

Localizado na cidade paraense de Barcarena, ao lado de Belém e às margens da Baía do Marajó, o novo terminal a ser leiloado em Vila do Conde será utilizado para armazenagem e movimentação de granéis sólidos vegetais, principalmente soja e milho.

O porto paraense integra o chamado Arco Norte – que compreende eixos de transporte que levam a portos situados acima do paralelo 16° S, uma linha geográfica que “corta” o Brasil ao meio. Os portos do Arco localizados na Região Norte – Vila do Conde à frente – vêm se consolidando como polo estratégico para exportações do agronegócio do Centro-Oeste.

Um terço das exportações brasileiras de soja e cerca de 40% dos embarques totais de milho são feitos pelos portos do Arco Norte, a maioria a partir de Vila do Conde e Santarém (PA), Itacoatiara (AM) e Macapá (AP).

A opção de exportações do agronegócio pelo Arco Norte passa a ser ainda mais atraente não só pela melhoria da infraestrutura portuária, mas também das diversas vias de transporte que levam aos portos, em seus diferentes modais – rodoviário, ferroviário e hidroviário, todos com projetos de expansão ainda no papel.

Em outubro do ano passado, o porto de Vila do Conde chamou a atenção por ter sido apontado como o líder em crescimento entre os portos públicos brasileiros, com um aumento de 37,37% na movimentação de cargas. Ao todo, foram movimentadas 1,6 milhão de toneladas, superando outros importantes portos, como Santos (alta de 5,7%) e São Francisco do Sul (SC), com crescimento de 21%.

A médio prazo, com investimentos nos modais de acesso, além em suas instalações, o porto paraense e os demais da Bacia Amazônica deverão se tornar o principal eixo de exportação de grãos para a China, passando a competir com o maior eixo exportador de grãos dos Estados Unidos, a Bacia Mississippi-Missouri.

As duas bacias guardam distância semelhantes para os principais portos que recebem grãos – Rotterdam, a 10 mil km, e Xangai, a 22 mil km. Em comparação, o porto de Santos está a 16,4 mil km do porto holandês e a 27 mil km do chinês.

Os outros portos com leilões de terminais em julho vão receber investimentos menores. O RDJ07, terminal do porto fluminense, receberá R$ 99,4 milhões em estrutura especializada em movimentação de petróleo (carga offshore). A concessão também tem prazo de 25 anos.

Já para o POA26, localizado na Poligonal do Porto Organizado de Porto Alegre, estão previstos R$ 21,1 milhões pelo arrendamento da área, destinada à movimentação e armazenagem de granel sólido, com prazo de 10 anos de concessão.

Por fim, o TMP Maceió, é destinado ao embarque e desembarque de passageiros que transitam pelo porto de Maceió. Além do terminal, está prevista a construção de estacionamento adjacente. O investimento será de R$ 3,7 milhões, com prazo de 25 anos de concessão.



Ceará Agora e Diário do Nordeste

Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *