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produto já chegou aos supermercados de Fortaleza

produto já chegou aos supermercados de Fortaleza

O ‘café fake’ já chegou aos supermercados em Fortaleza. Na tarde dessa quarta-feira (12), a reportagem encontrou um exemplar em uma loja da Avenida Santos Dumont, em Fortaleza. A opção era da marca Bom Jesus, versão solúvel de 250 gramas, vendida por R$ 5,29.

Na mesma prateleira, havia um original com o mesmo valor, enquanto a média dos demais cafés solúveis variava entre R$ 4,69 e R$ 8,99, a depender dos sabores e intensidade. Mas a comercialização desse tipo de bebida não é novidade na Capital. Em junho do ano passado, o Diário do Nordeste já havia encontrado o ‘café fake’.

Café à base de café

Legenda:
A embalagem de produto possui informação ambígua: “café” na parte superior, “pó para bebida à base de café” na parte inferior

Foto:
Bruna Damasceno/ SVM

Esse fenômeno de multiplicação de similares ocorre porque, em tempos de crise, a indústria rapidamente se adapta para manter sua receita, sendo uma das táticas utilizadas a oferta de produtos teoricamente de baixo custo.

No caso do ‘café fake’, a mistura de ingredientes e embalagens praticamente idênticas às dos originais induzem o consumidor a erro. Foi o que aconteceu com o leite, queijo, azeite e agora o café. 

Do que é o ‘café fake’

Recentemente, a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) alertou que essas bebidas similares podem conter impurezas como palha, pedaços de madeira e cascas. No caso deste produto encontrado pelo Diário do Nordeste, não há informações dos ingredientes no rótulo (ver foto abaixo), conforme determina a legislação.

Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), na embalagem, deve conter as seguintes informações: denominação de venda, informação nutricional, rotulagem nutricional frontal, lista de ingredientes, identificação do país de origem, identificação do lote, entre outros. 

Legenda:
Neste caso de similar de café, não há informações dos ingredientes do produto, conforme determina a legislação

Foto:
Bruna Damasceno / Diário do Nordeste

A reportagem questionou à marca Melitta, que produz o similar da marca Bom Jesus, sobre a ausência da lista de ingredientes a aguarda uma resposta. Também indagamos ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) se o órgão acompanha a segurança e a conformidade com os regulamentos técnicos dos ‘cafés fakes’, mas ainda não recebemos respostas. Quando as informações forem enviadas, esta matéria será atualizada. 

Direitos do consumidor 

Segundo Cláudia Santos, advogada e especialista em Direito do Consumidor e Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB Ceará, os produtos similares confundem o consumidor por frequentemente omitirem informações, induzindo à compra de produtos não originais. 

“Fabricantes e comerciantes compartilham responsabilidade legal, pois induzem o consumidor ao erro por meio de publicidade, propaganda, omissão ou informações incorretas, infringindo os artigos 6º, 30, 31, 36 e 37 do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90)”, aponta.

Para ela, “agrava a situação o fato de se tratar de alimentos, potencialmente prejudiciais à saúde e à vida”. “Recomenda-se atenção à denominação de venda, lista de ingredientes, peso ou quantidade, origem, identificação do lote, validade, conservação e preparo”, destaca. 

Outro ponto, acrescenta, é que a proximidade de produtos similares em pontos de venda, como no caso de pó à base de café e café, é estratégia comum para enganar o consumidor.

Como denunciar

O Procon recebe denúncias pelo telefone 151, das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira, bem como de forma virtual, em qualquer dia da semana, no portal da Prefeitura de Fortaleza (www.fortaleza.ce.gov.br); e ainda pelo aplicativo Procon Fortaleza.

Por que o café está mais caro

O preço do café moído de 250 gramas, em supermercados de Fortaleza, apresentou um aumento de pelo menos R$ 2,00 nos últimos meses. Na tarde dessa quarta-feira (13), o produto foi encontrado pelo custo médio de R$ 14,00, enquanto em setembro do ano passado, o valor médio era de R$ 12,00, conforme pesquisa do Diário do Nordeste

Na Grande Fortaleza, a inflação do café subiu para 53,14% nos últimos 12 meses, até janeiro. Somente no último mês, o aumento foi de 9,86%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

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O economista Alex Araújo explicou que a alta do custo desse produto, observada nos últimos dois anos, deve-se à quebra da safra devido ao clima, conjuntamente com o aumento da demanda global. A crise climática afetou as principais áreas produtoras, como o Brasil, Vietnã e Colômbia.

“Diversos países que não tinham uma cultura de consumo de café passaram a consumir, ainda que de forma modesta se comparado, por exemplo, com o consumo per capita brasileiro, o suficiente, contudo, para aumentar a procura pela bebida”, apontou. 

Um deles é a China, onde o consumo saltou de 300 mil sacas de 60 kg por ano para 6 milhões, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) referentes à comparação entre as safras 2019/2020 e 2024/2025.

Para o economista, a perspectiva de curto prazo é de preços ainda pressionados.

“Alguns especialistas sugerem um potencial de alta da ordem de 20% somente no primeiro semestre deste ano. Infelizmente os preços só devem se acomodar na safra 2025/26 que começa a ser colhida no segundo semestre”, analisou. 

 

5 dicas para economizar na hora de comprar o cafezinho

  1. Pesquise antes de comprar: utilize aplicativos de supermercados para facilitar sua pesquisa;
  2. Atacarejos: considere esse tipo de estabelecimento, que geralmente oferece itens da cesta básica a preços mais baixos; 
  3. Verifique cupons de desconto: consulte sites e aplicativos que oferecem cupons, incluindo opções de frete; algumas redes supermercadistas também têm clubes de desconto;
  4. Compare preços por quilo: uma promoção de café a R$ 4 pode parecer atraente, mas é importante calcular se a quantidade compensa e não sai mais cara;
  5. Avalie a troca por marcas mais econômicas, mantendo a qualidade. 

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Ceará Agora e Diário do Nordeste

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