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Protestos pró-Palestina geram críticas nos 2 anos da guerra entre Israel e Hamas | Mundo

Protesto de estudantes pró-Palestina em Londres, no dia 7 de outubro de 2025, data que marca dois anos do ataque do Hamas a Israel — Foto: Kin Cheung/AP

Opositores das ações de Israel na Faixa de Gaza realizaram nesta terça-feira (7) protestos em várias cidades em referência aos dois anos do início da guerra no enclave.

O grupo terrorista Hamas matou 1.200 pessoas e fez 251 reféns no ataque de 7 de outubro de 2023. Israel respondeu lançando uma ofensiva contra o grupo terrorista, que já matou mais de 67 mil pessoas, segundo autoridades de saúde de Gaza.

Protestos pró-Palestina ocorreram nesta terça em Sydney e em cidades europeias, incluindo Londres, Paris, Genebra, Atenas, Tessalônica, Istambul e Estocolmo.

Os protestos refletem uma mudança no sentimento global: a simpatia que inicialmente se voltava para Israel após os ataques de 7 de outubro agora se dirige cada vez mais aos palestinos, deixando Israel mais isolado no cenário internacional.

Organizadores dos protestos pró-Palestina afirmam que eles têm o objetivo de destacar a crise humanitária em Gaza e defender os direitos palestinos.

Mas políticos de vários países afirmaram que marcar tais protestos no aniversário dos ataques do Hamas — o dia mais mortal para os judeus desde o Holocausto — poderia ser visto como um endosso à violência.

“Momento terrível, chocantemente insensível”, disse Chris Minns, premier do Estado australiano de New South Wales, à rádio 2GB sobre um protesto planejado em Sydney.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que era “não britânico” realizar protestos “no aniversário das atrocidades de 7 de outubro”.

Algumas pessoas teriam usado as ações do governo israelense em Gaza como uma “desprezível desculpa para atacar judeus britânicos por algo pelo qual não têm absolutamente nenhuma responsabilidade”, afirmou Starmer.

A preocupação com o antissemitismo no Reino Unido, em particular, aumentou desde um ataque a uma sinagoga na semana passada, no qual dois homens foram mortos, e comunidades judaicas reforçaram a segurança em locais de culto.

Em Londres, manifestantes agitaram bandeiras palestinas e gritaram “Israel é um Estado terrorista” em frente ao King’s College London. Esperava-se que marchassem para outras universidades.

Um pequeno grupo com bandeiras israelenses estava próximo.

Mark Etkind, aposentado de pouco mais de 60 anos de Londres, usava um cartaz no pescoço dizendo ser filho de um sobrevivente do Holocausto e se opor ao que chamou de genocídio em Gaza. Ele disse que o apelo de Starmer para que os estudantes não protestassem era “ultrajante”. “Sempre me opus a genocídios”, disse. “Claro que apoio os estudantes aqui que estão ativamente se opondo ao genocídio.”

Mas Emily Schrader, jornalista israelense de 34 anos que visitava Londres, chamou o protesto de “totalmente vergonhoso”.

“Acho que existem maneiras muito melhores de apoiar os palestinos do que participar de uma atividade como esta, que é tão dolorosa, profundamente ofensiva e que encoraja radicalismo e terrorismo, seja no campus ou em Israel.”

Vigílias e alguns protestos contra o antissemitismo também ocorreram nesta terça-feira. Na Alemanha, pessoas se reuniram no Portão de Brandemburgo, em Berlim, colocando pedras e fotos das vítimas em uma vigília solene que remete às tradições de lembrança judaica, enquanto eventos eram realizados em Israel.

Situação humanitária em Gaza

Na Holanda, ativistas jogaram tinta vermelha no Palácio Real de Amsterdã em protesto contra a decisão do prefeito da cidade de proibir uma manifestação pró-Palestina, enquanto permitia um evento pró-Israel.

Na Turquia, um protesto era esperado em frente a uma empresa de energia por suas exportações para Israel. Na Suécia, manifestantes planejavam receber os participantes de uma flotilha de ajuda a Gaza detida por Israel, incluindo a ativista climática Greta Thunberg.

As autoridades proibiram uma manifestação pró-Palestina na cidade italiana de Bolonha, citando risco de distúrbios, após dias de protestos e confrontos com a polícia em toda a Itália. “A manifestação será absolutamente proibida”, disse Enrico Ricci, prefeito local em Bolonha, à imprensa.

A grave situação humanitária dos palestinos em Gaza motivou marchas e protestos com participação de milhões de pessoas ao redor do mundo nos últimos dois anos.

Os governos têm buscado equilibrar o direito de protesto com a necessidade de proteger as comunidades judaicas, que se sentiram alvos das manifestações e relataram aumento de incidentes antissemitas desde o ataque de 7 de outubro.

Protesto de estudantes pró-Palestina em Londres, no dia 7 de outubro de 2025, data que marca dois anos do ataque do Hamas a Israel — Foto: Kin Cheung/AP



Valor Econômico

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