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Raízen e Femsa encerram joint venture: Shell Select e Shell Café para um lado, Oxxo para o outro

Raízen e Femsa encerram joint venture: Shell Select e Shell Café para um lado, Oxxo para o outro

Controlada pelo grupo Cosan e pela Shell, a Raízen anunciou mais um movimento em linha com sua estratégia de desinvestimentos, que ganhou tração neste ano. Agora, porém, longe das usinas, que têm sido o palco prioritário dessa tese, que visa reduzir a alavancagem da companhia.

A empresa divulgou na manhã de quinta-feira, 4 de setembro, que, em comum acordo com a Femsa, decidiu encerrar a parceria envolvendo o Grupo Nós, joint venture de lojas de conveniência e proximidade criada pelas duas companhias em 2019.

Em comunicado, a Raízen informou que os termos da transação envolvem troca de participação societária – cada grupo detinha uma fatia de 50% na operação -, sem qualquer pagamento entre as partes.

Nesses moldes, a Raízen ficará com 1.256 lojas de conveniência das bandeiras Shell Select e Shell Café. E seguirá desenvolvendo essa operação por meio do seu modelo proprietário de franquias, integrado à sua rede de postos Shell.

A Femsa, por sua vez, passará a ter sob seu guarda-chuva 611 mercados de proximidade da marca Oxxo e o centro de distribuição que abastecia as operações, localizado em Cajamar, no interior de São Paulo, além das dívidas e caixas disponíveis do Grupo Nós.

Como parte do acordo, o Grupo Nós seguirá prestando serviços de suprimentos e logística relacionados ao portfólio de produtos atualmente ofertados por meio do seu centro de distribuição, dentro da sua área de cobertura, para as lojas Shell Select e Shell Café.

“Essa decisão está alinhada a estratégia de reciclagem e simplificação do portfólio de negócios da Raízen, permitindo maior foco e agilidade na execução de sua Oferta Integrada Shell”, afirmou a Raízen, na nota sobre o acordo.

Com uma dívida líquida de R$ 49,2 bilhões e uma alavancagem de 4,5 vezes no primeiro trimestre da safra 2025/2026, encerrado em junho, a Raízen tem sido bastante ativa em seu balcão de desinvestimentos, que já soma mais de R$ 4,2 bilhões.

Sob essa orientação, na sexta-feira, 29 de agosto, a companhia anunciou o maior acordo dentro dessa tese, ao fechar a venda das usinas de Rio Brilhante e Passa Tempo, localizadas em Rio Brilhante (MS), para a Cocal Agroindústria, por R$ 1,54 bilhão.

Além da venda dos ativos, firmada por R$ 1,32 bilhão, a transação incluiu uma cifra adicional de R$ 218 milhões, relacionada à cessão da cana própria e dos contratos com fornecedores vinculados às duas unidades.

Na outra ponta do acordo anunciado hoje, a Femsa ressaltou que a Oxxo é uma das suas prioridades estratégicas no varejo. E destacou que o tamanho do mercado local, a alta fragmentação do varejo e a forte adequação da marca nesse contexto representam uma oportunidade significativa de crescimento.

O grupo também observou que planeja construir um negócio escalável e lucrativo na bandeira, concentrando-se na expansão acelerado de lojas, adaptando o formato às necessidades dos consumidores locais e impulsionando o retorno de longo prazo sobre o capital investido.

“À medida que damos o próximo passo rumo à independência, continuamos totalmente comprometidos em fortalecer e expandir a Oxxo neste mercado vibrante. O Brasil continua sendo um foco fundamental na estratégia de crescimento de longo prazo da Femsa”, afirmou, em nota, José Antonio Fernandez Garza, CEO da Femsa Retail.

O executivo também frisou que a parceria com a Raízen foi fundamental para consolidar a presença da Oxxo no País. A primeira loja da marca no Brasil foi inaugurada em Campinas (SP), em dezembro de 2020. Naquela oportunidade, a rede já tinha mais de 18 mil unidades na América Latina.

Quando anunciaram a joint venture, os dois grupos ressaltaram que enxergavam sinergias em seus valores e expertise com culturas complementares. Na época, a Raízen Conveniências, que abrigava a operação das lojas da Raízen, foi avaliada em R$ 1,12 bilhão.

As ações da Raízen, avaliada em R$ 12,5 bilhões, fecharam o pregão da quarta-feira, 3 de setembro, com alta de 4,96%. No ano, a desvalorização é de 41,2%. Já os papéis da Femsa encerraram o dia na Nyse em queda de 3,74%, dando à empresa um valor de mercado de US$ 34,9 bilhões.



Ceará Agora e Diário do Nordeste

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