Lançado no último domingo (27), o episódio 3 da segunda temporada de The Last of Us mostra que a HBO está bastante disposta a fazer mudanças em relação aos jogos da Naughty Dog. Embora a história em si esteja seguindo rumos semelhantes, muitos detalhes — e a própria cronologia dos eventos da série — têm se provado diferentes.
Isso é algo intencional e fruto do desejo dos showrunners Craig Mazin e Neil Druckmann — que dirigiu os jogos — de dar uma cara diferente à versão live action. Enquanto isso pode não agradar tanto aos fãs, o resultado até o momento tem sido uma narrativa que tem conseguido manter o público preso a cada segundo de sua duração.
Como a série de The Last of Us mudou os jogos? Tudo começou na morte de Joel
Entre os elementos que a série mudou está a forma como acontece a morte de Joel, no segundo episódio. No game, não há qualquer luta pelo destino de Jackson, que se encontra protegida de qualquer invasão de infectados. Além disso, é Tommy — e não Dina — que está junto do personagem no momento em que ele é capturado por Abby e seu grupo.
Embora tanto na série quanto no game Ellie planeje se vingar pelo que aconteceu, na versão original não há um salto temporal de três meses entre ela acordar e bolar um plano de contra-ataque. Além disso, toda a parte de reconstrução de Jackson e a maneira como Tommy se despede de seu irmão são “invenções” da HBO.
O conselho e a busca por Abby
Outra novidade da série é o Conselho, que decide como a cidade deve reagir às ações dos membros da Frente de Libertação de Washington (WLF). No game, Ellie decide agir sozinha logo de cara, e Tommy não aparece como uma figura tão pacificadora — embora aja de maneira racional, ele também se leva pelas emoções e decide deixar a cidade em busca de vingança, antes mesmo de a protagonista iniciar sua jornada.
Outra mudança — que pode acabar sendo revisitada em um flashback — vem do momento da interação final entre Ellie e Joel. Enquanto na série eles aparecem brigando, nos games descobrimos que eles se separaram em termos mais pacíficos. No entanto, isso é algo que pode ser alterado pela série da HBO em capítulos futuros.
Seth ganha mais atenção na série
Uma alteração que pegou muita gente de surpresa na série foi a maior atenção para Seth, personagem que faz comentários homofóbicos após ver Ellie e Dina se beijando. Durante a reunião do conselho, ele apoia Ellie e sua busca por vingança.

Além disso, Seth também oferece auxílio para Ellie e Dina quando ambas resolvem desrespeitar a decisão e saírem sozinhas em busca de Abby e seu grupo. Enquanto Tommy tomava parte dessas ações no game, as coisas estão diferentes na série por causa do ataque na cidade, que acabou consumindo mais forças do irmão de Joel.
Na versão dos games, a história de Seth acaba após ele tentar se desculpar com Ellie e oferecer sanduíches de presente na manhã seguinte aos insultos homofóbicos. A alteração tem sido vista de maneira polêmica, já que a série parece querer dar um arco de redenção ao personagem secundário.
Adaptação muda relacionamentos e inimigos
A adaptação da HBO também faz outras adaptações menores, como mudar de dentro para fora dos limites da cidade o local de descanso de Joel. Além disso, ela altera a dinâmica do relacionamento de Dina e Ellie para que ele progrida de forma um pouco mais lenta do que nos games.
Neles, foi Dina quem ficou abrigada junto à personagem em uma nevasca — na série, Jesse ocupa esse papel. Enquanto na adaptação elas também acabam conversando sobre seu primeiro beijo, na versão original isso acontece antes da morte de Joel. Já na série, o diálogo acontece bem depois, quando elas explorando as florestas próximas a Seattle.
Além disso, a adaptação da HBO acelera o momento de apresentação dos Serafitas (as figuras com cicatrizes no rosto). No game, eles surgem em um ponto mais avançado da narrativa e são apresentados logo de cara como adversários de Ellie. Somente depois disso que o confronto entre eles e a WLF acaba ganhando mais espaço.
Série de The Last of Us promete outras mudanças
Apesar de as adaptações feitas pela HBO poderem incomodar alguns fãs mais puristas de The Last of Us, elas não vão parar. Antes do início da exibição dos novos episódios, a emissora avisou que pretendia ampliar mais a participação de personagens secundários que só são mencionados brevemente nos games.
Entre aqueles que devem ganhar mais espaço está Eugene, personagem que está morto no momento em que a série começa. Apesar disso, ele já foi assunto de diversos diálogos, que mostram que ele era um fornecedor de drogas para Jackson — e acabou sendo morto violentamente por Joel.
Segundo Mazin e Druckmann, muitas das mudanças tiveram que ser feitas porque, ao contrário dos games, a série não permite “controlar personagens diferentes”. Até mesmo por isso, questões como a chegada de Abby a Jackson e suas motivações foram tornadas evidentes logo de cara na versão live action.
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