Search
Close this search box.
Search
Close this search box.

Tarifaço afeta diretamente exportações do Ceará

Tarifaço afeta diretamente exportações do Ceará

As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros devem afetar fortemente a economia cearense, especialmente os setores do agronegócio e da indústria calçadista. Apesar de o aço — principal item da pauta exportadora do estado — ter ficado isento, estima-se que o Ceará poderá perder cerca de R$ 1,6 bilhão em exportações de produtos como frutas, pescados e cera de carnaúba, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec).

O presidente norte-americano Donald Trump assinou um decreto que impõe tarifas extras de até 50% sobre uma série de produtos brasileiros, isentando 694 itens, incluindo o aço e alumínio. Com isso, a indústria siderúrgica cearense escapa de maiores perdas. Ainda assim, setores como o agronegócio e a produção de calçados, que juntos representam mais de 50% das exportações cearenses, enfrentam riscos de queda na produção e demissões.

A indústria calçadista, responsável por 10% das exportações do estado e 69 mil empregos, pode sofrer um encolhimento significativo, segundo a Abicalçados. No agronegócio, fruticultura irrigada, pesca e carnaúba estão entre os mais atingidos, principalmente em regiões como Vale do Jaguaribe e Chapada do Apodi, onde contratos podem ser cancelados devido ao aumento das tarifas.

Segundo Amílcar Silveira, presidente da Faec, os segmentos de frutas, pescados e cera de carnaúba respondem por aproximadamente US$ 300 milhões em exportações, valor que pode ser comprometido. O setor agropecuário também pressiona o Governo Federal pela devolução de créditos de ICMS previstos na Lei Kandir, como forma de compensação.

A carnaúba, por exemplo, tem exportações já impactadas. Edgar Gadelha, do SindCarnaúba, afirma que contêineres foram cancelados ou adiados por importadores americanos. “Quando se aplica uma tarifa de 50%, temos que ficar atentos. Já estamos sentindo os efeitos”, alertou.

Outros setores, como o de rochas ornamentais, também podem sofrer impactos indiretos. Carlos Rubens, do Simagran, explica que o Ceará fornece matéria-prima para o Espírito Santo, principal exportador do setor. Caso as exportações do estado capixaba diminuam, o escoamento da produção cearense também será comprometido.



Portal do Ceará

Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *