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Turkish Airlines ameaça trocar pedido de aeronaves da Boeing por Airbus sem acordo por motores | Empresas

 — Foto: Francois Mori/AP

A Turkish Airlines pode trocar um pedido recém-anunciado de jatos Boeing 737 Max pela rival Airbus se as negociações com a fornecedora de motores CFM não avançarem, disse o presidente do conselho da companhia aérea turca, Ahmet Bolat.

O aviso inesperado ocorre depois que a companhia anunciou um pedido provisório com a Boeing para 150 aviões Max, coincidindo com uma reunião em setembro entre o presidente turco, Tayyip Erdogan, e seu homólogo americano, Donald Trump, sujeito a um acordo separado de motores.

A CFM International, uma empresa conjunta de propriedade da GE Aerospace e da Safran, é a única fornecedora de motores para o Boeing 737 Max e compete com a unidade Pratt & Whitney da RTX pelos contratos de companhias aéreas na família Airbus A320neo.

“Se a CFM chegar a termos econômicos viáveis, então vamos assinar com a Boeing”, disse Bolat, à Reuters, em Estocolmo, na noite de ontem. Ele acrescentou que as negociações tiveram algum progresso, mas que os desacordos sobre os custos permaneciam.

“Se a CFM mantiver sua postura, mudaremos para a Airbus. Com a Airbus, eu tenho opções”, disse Bolat, referindo-se aos dois fornecedores de motores da fabricante de aviões europeia.

A CFM, maior fabricante de motores do mundo em número de unidades vendidas, disse que, “como política, não divulga detalhes de negociações contratuais com clientes”.

A Boeing não quis comentar.

O acordo faz parte de uma grande substituição e expansão da frota para cerca de 800 aeronaves até 2033, depois que a Turkish Airlines encomendou mais de 200 aviões da Airbus em 2023.

Fontes da indústria disseram que ainda esperam que um acordo seja finalizado com a CFM, dada a recente atenção política ao pedido e a escassa oferta de jatos concorrentes da Airbus.

Uma série de escassez de motores e crescentes atrasos na manutenção aumentou os preços das peças de motor e levou a uma crescente discórdia entre fornecedores e companhias aéreas em toda a indústria.

Companhias aéreas de todo o mundo expressaram frustração com a interrupção, incluindo a Turkish, que enfrenta atrasos ligados aos motores Pratt & Whitney em sua frota Airbus existente. As fabricantes de motores argumentam que precisam ser recompensadas pelos enormes riscos financeiros.

No centro da disputa está quem deve arcar com o maior risco sobre o custo de reparos de longo prazo, disseram fontes da indústria.

Os motores a jato são normalmente vendidos com prejuízo, mas os fabricantes ganham dinheiro com a manutenção ao longo de 20 anos.

Em vez de cobrar pelos reparos à medida que surgem, eles geralmente fecham acordos de longo prazo com preços por hora de voo. Mas um aumento na quantidade de desgaste dos motores modernos tornou isso mais arriscado para os fabricantes de motores. A Turkish está insistindo em tal acordo, disseram as fontes.

A CFM pareceu menos disposta a conceder tais acordos nos últimos anos, preferindo passar mais trabalho para oficinas independentes. Mas duas fontes da indústria disseram que a empresa mostrou recentemente maior flexibilidade em acordos por hora em troca de preços mais altos.

Funcionários da empresa disseram à Reuters recentemente que a CFM nunca parou de oferecer acordos por hora de longo prazo e que não houve mudança em sua estratégia de transferir mais trabalho para terceiros.

Em uma nota positiva para a Boeing, Bolat disse que a companhia ainda estava considerando o problemático mini-jumbo 777X, apesar de relatos recentes de novos atrasos, e que monitora de perto seu desenvolvimento.

O maior avião bimotor do mundo agora deve estar pronto em 2027, cerca de sete anos após seu cronograma original.

Bolat disse que a Turkish Airlines permanece em contato regular com a Boeing, incluindo discussões sobre o 777X, e que estava avaliando para quais rotas a aeronave seria mais adequada.

“Assim que tivermos o momento certo, vamos encomendar alguns 777X”, disse Bolat, acrescentando que a Turkish Airlines não tem pressa, no entanto.

— Foto: Francois Mori/AP



Valor Econômico

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