Foi uma festa digna dos aniversariantes, cujos filhos e netos – que a organizaram e a dividiram em duas partes, a primeira das quais ao pôr do sol – não esqueceram de incluir nela a renovação das promessas do matrimônio.
Boa ideia, pois há 50 anos, às 6 horas da manhã do dia 14 de junho de 1975, na igreja matriz de Jaguaribe, seus pais e avós – Cristiano Maia, um dos maiores empresários do Ceará, cujas empresas dão emprego a mais de 3 mil colaboradores, e sua mulher Luzia, uma artista plástica apaixonada pela paisagem rural – celebraram sob as bençãos de Deus.
Meio século depois, sábado passado, 14, às 17h15, no La Maison, Cristiano e Luzia, sob os aplausos de 600 amigos, a maioria agropecuaristas e industriais, emocionaram-se com a cerimônia que seus filhos Christianny, Moacy e Gyscard elaboraram para essa celebração, cuja primeira parte aconteceu a céu aberto no terraço daquelas casa de eventos. O casal entrou de mãos dadas, antecedido pelos filhos e netos, ouvindo sua música preferida – “Love Theme from The Godfather” – cantada por Paulo José Benevides, com banda e coral, no original em inglês e na versão em português.
Em seguida, fez-se um silêncio tumular para que se ouvisse a leitura dos versículos 24 e 25 do Capítulo 7 do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus, que diz o seguinte:
“Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, mas ela não caiu, porque estava alicerçada na rocha.”
Frei Ricardo Régis, um sacerdote capuchinho conhecido por suas profundas reflexões, falou sobre os 50 anos de vida a dois de Cristiano e Luzia. E lembrou, citando o Salmo 127, que hoje “vocês, que construíram seu casamento e mantêm sua casa alicerçados na rocha, podem ver agora, sob a graça divina, os filhos dos seus filhos”.
Aproveitando o silêncio da pequena multidão, Frei Régis – sem estola, mas vestindo um elegante clergyman – foi direto ao ponto que une Cristiano, Luzia, seus filhos e netos: o amor. E recorreu ao Capítulo 13 da Carta de S. Paulo aos Coríntios, um prolongamento do Sermão da Montanha, que diz:
“O amor é paciente, é bondoso, não tem inveja, não é orgulhoso, não é arrogante, não escandaliza, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor, não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade.”
Quando a homilia foi concluída, Paulo José Benevides cantou a música “O amor é um bem maior”, de Luciano Santhiago, que diz o seguinte:
“O amor inspira fé, não mente e faz até o Sol brilhar; as noites sem luar, se o amor eu cultivar, luz haverá; no mundo em derredor, nada existe de melhor do que a certeza desse bem maior; o amor é inspiração, na vida uma canção, o amor. É Deus o amor sem par, que a todos pode dar feliz viver; o amor que fez Jesus levar a minha cruz até morrer.”
Após a música, o padre Edmilson, da paróquia de Icapuí, amigo da família, ministrou a benção das alianças, as mesmas que estão há 50 anos no anelar da mão esquerda de Cristiano e Luzia. Cada um à sua vez disse, sempre sob fortes aplausos:
“Receba esta aliança como símbolo do meu amor.”
O momento de agradecimento a Deus foi concluído com a música “Love Is a Many-Splendored Thing”, do compositor Sammy Fain, nas versões em inglês e português (“É tão sublime o amor”, de Alberto Almeida).
Todos os convidados dirigiram-se, então, para o grande Salão Cidade, onde Cristiano e Luzia, acompanhados dos filhos e netos, os receberam e onde a banda de Paulo José Benevides com 10 metais (trompetes, trombones, saxofone e flugelHorn) e mais guitarra, baixo acústico, baixo elétrico, bateria e piano fizeram um show que durou três horas, tempo suficiente para a confraternização do casal com todos os seus amigos presentes, entre os quais o primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias (Fiec), Carlos Prado, que, falando à coluna, disse:
“Cristiano Maia é um empreendedor a quem o Ceará muito deve, porque tem investido em áreas importantes da economia, todas geradoras de emprego. Mas, para além da vida empresarial, ele e sua esposa Luzia são exemplos de vida familiar”.
Por sua vez, o presidente da Federação da Agricultura (Faec), Amílcar Silveira, enalteceu “as virtudes empreendedoras de Cristiano Maia, que é o maior criador de camarão do país, um dos maiores fabricantes nordestinos de ração para animais e, também, um agropecuarista dedicado à produção no campo, além de ser modelo como chefe de família junto com sua mulher Luzia”.
Jorge Parente, ex-presidente da Fiec e conselheiro da Alvoar Lácteos, disse que acompanha há longo tempo a vida empresarial de Cristiano Maia, destacando sua preocupação “com as minudências de cada uma de suas empresas, sendo ele mesmo quem cuida, com redobrada atenção, do que entra e do que sai do caixa, e esta é uma das razões do sucesso de seus empreendimentos”. Mas Jorge Parente chamou atenção para um detalhe:
“O Cristiano tem muita sorte, porque ao lado dele, há 50 anos, está uma grande mulher, dona Luzia, que o ajuda a tomar as mais importantes decisões.”
Fernando Cirino, também ex-presidente da Fiec, que compareceu à festa em companhia de sua esposa Tereza, classificou Cristiano Maia como “um visionário com os pés no chão”. Cirino aludiu ao título do livro que, escrito por Glória Diógenes e Chrisytianny Maia, conta a história pessoal e empresarial Cristiano Maia.
De acordo com Fernando Cirino, “Cristiano e Luzia Maia constituíram uma família ajustada aos melhores valores humanos e subordinada a rígidos princípios éticos e morais, com os quais construíram o grupo de empresas que atuam com sucesso no Ceará e em outros estados do Nordeste.”
O empresário Gentil Linhares, dono do Grupo Bomar, também presente à festa com sua esposa Lia, fez questão de salientar o que considera “a maior das virtudes de Cristiano: a sincera amizade; Cristiano é daqueles amigos que todos desejam ter, pois é sincero, muito sincero no que diz e faz”.
O casal Fernando e Rita Grangeiro, donos da Fazenda Grangeiro, grande produtora de feijão e coco verdes em Paracuru, também presente, foi pródigo em elogios a Cristiano e Luzia Maia:
“Eles são um luzeiro para nós agricultores e pecuaristas. Estão sempre a nos ensinar o caminho das pedras da vida empresarial e doméstica. Nós somos seus admiradores e nos sentimos homenageados pela sua amizade, que nos é benfazeja.”