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Uma semana após apagão, Enel diz estar disposta a investir em redes subterrâneas | Empresas

Uma semana após apagão, Enel diz estar disposta a investir em redes subterrâneas | Empresas

A Enel Brasil disse estar disposta a investir em redes subterrâneas de distribuição, medida vista por parte dos especialistas do setor elétrico como uma saída viável contra o aumento da frequência de tempestades e ventos fortes. Para isso, segundo a empresa, serão necessários investimentos adequadamente remunerados.

Uma semana após o ciclone extratropical que afetou a Grande São Paulo, com consequente apagão de energia, a Enel disse ter realizado diversas ações para restabelecer o serviço prestado aos consumidores afetados.

Em nota, a empresa disse que a solução para enfrentar o clima extremo requer investimentos maciços em redes resilientes e digitalizadas, além da implantação em larga escala de uma malha de distribuição subterrânea. Para a Enel, dona da concessão que atende à capital paulista e a mais 23 municípios da região metropolitana, é importante uma avaliação mais ampla frente ao desafio do fornecimento de energia a uma cidade densamente populosa como São Paulo, ante o clima extremo.

Em nota, a empresa defendeu ter cumprido de forma integral os indicadores regulatórios, tendo apresentado “avanços consistentes” em todos os índices relacionados à qualidade do serviço, “conforme comprovado pelas fiscalizações recentemente realizadas pela agência reguladora”. A empresa argumentou também que, com as mudanças climáticas, a Grande São Paulo está cada vez mais exposta a eventos meteorológicos extremos.

A empresa entrou na mira de autoridades após as fortes chuvas e ventos acima de 100 quilômetros por hora, em 10 de outubro, com corte de energia que deixou 2,2 milhões de imóveis sem luz. Alguns clientes ficaram sem energia por quase uma semana, e muitas casa ainda estão sem o serviço.

“Essa medida [a implantação de redes subterrâneas] requer um plano estruturado e coordenado com as autoridades públicas, definindo as modalidades mais apropriadas para uma remuneração adequada desse investimento. A empresa está disposta a realizar esses investimentos como parte de uma estratégia compartilhada com todas as instituições envolvidas”, disse a Enel

Embora seja apontada como a saída para evitar os efeitos do clima extremo, as redes subterrâneas são caras e com implantação demorada. Enterrar a fiação, estimam especialistas, pode custar até dez vezes mais do que redes aéreas.

Investimentos em São Paulo

Desde que assumiu a concessão, em 2018, até o ano passado, a companhia contabiliza que investiu mais de R$ 10 bilhões em São Paulo. A Enel ressaltou ainda que, para o período de 2025 a 2027, foi aprovado um plano de investimentos recorde, atualmente em execução, no valor de R$ 10,4 bilhões.

A Enel disse ainda que, em resposta à tempestade da semana passada, dedicou “prontamente todos os seus esforços e recursos” para atender os consumidores afetados pelo “intenso ciclone extratropical que atingiu a área de concessão”.

Disse ter mobilizado até 1.800 equipes ao longo do dia, quantidade muito superior à prevista no plano de contingência comunicado à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e que, durante as ações para restabelecer o serviço, rajadas constantes de vento causaram danos em diversos pontos da rede, provocando novas interrupções.

“A tempestade foi a mais intensa e prolongada registrada na região desde 1963, com ventos de até 98 km/h por 12 horas consecutivas”.

A empresa destacou a realização de 630 mil podas de árvores entre 2024 e 2025 — 230 mil apenas este ano na cidade de São Paulo. Esse número, ressaltou, é “muito superior ao amplamente subestimado divulgado nos últimos dias”.

“A Enel Brasil reafirma sua confiança no sistema jurídico e regulatório brasileiro para garantir segurança e estabilidade aos investidores com compromissos de longo prazo no país”, conclui a distribuidora.

Nesta quarta-feira (17), a Aneel informou que a fiscalização da agência vai analisar a reincidência de falhas na prestação do serviço no apagão de 10 de dezembro. A empresa tem um processo de monitoramento em curso na Aneel em razão das interrupções ocorridas em outubro de 2024, também causadas por tempestades.



Valor Econômico

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