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Entenda o plano do governo Lula para salvar os Correios do prejuízo bilionário | Empresas

Entenda o plano do governo Lula para salvar os Correios do prejuízo bilionário | Empresas

Os Correios atravessam um momento financeiro crítico, com prejuízos acumulados que superam os bilhões de reais.

Diante desse cenário, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva articula medidas para socorrer a estatal, entre elas a negociação de um empréstimo de R$ 20 bilhões com um consórcio de bancos.

A estatal apresentou a primeira fase do seu plano de reestruturação nesta quarta-feira (15), com um “pacote de medidas imediatas” para reequilibrar as finanças da empresa que inclui um novo programa de demissões voluntárias.

Empréstimo com garantia do Tesouro

Segundo o presidente dos Correios, Emmanoel Schmidt Rondon, as negociações do empréstimo preveem que ele tenha garantia do Tesouro Nacional, a fim de reforçar o caixa da estatal em 2025 e 2026.

Como mostrou o Valor, apesar do quadro delicado da companhia, não há, neste momento, espaço fiscal para que a ajuda seja feita por meio do Orçamento-Geral da União. No entanto, a garantia da União deve assegurar condições mais favoráveis, com juros menores e prazos mais longos.

Os detalhes financeiros ainda estão sendo definidos, e a operação precisa do aval do Conselho de Administração da companhia, que analisou a proposta nesta quarta-feira (15) e pode aprová-la até o dia 24 deste mês.

Plano de reestruturação tem três eixos

O plano de reestruturação dos Correios se baseia em três eixos: redução de despesas, diversificação de receitas e recuperação da saúde financeira da companhia. O último se relaciona diretamente ao empréstimo em negociação.

O presidente da estatal afirmou que o objetivo é tornar as receitas suficientes para cobrir as despesas e retirar os Correios da discussão sobre sua viabilidade econômica. “São medidas de curto prazo que virão acompanhadas de outras ações que ainda estão sendo desenhadas”, disse.

Ele disse que, se as melhorias previstas forem implementadas, a convicção é de que a viabilidade financeira da estatal será alcançada, com lucro a partir de 2027.

Demissões terão foco ampliado

No eixo de corte de despesas operacionais e administrativas, o plano de reestruturação apresentado hoje prevê, entre outras coisas, um novo programa de demissões voluntárias (PDV), com foco ampliado.

Está previsto também um programa de desinvestimento de ativos ociosos, com a venda de imóveis sem uso, medida que deve gerar receita e reduzir custos de manutenção. A empresa também renegociará contratos com seus principais fornecedores para obter condições mais vantajosas, sem comprometer a segurança jurídica das operações.

No campo da busca de diversificação de receitas, a estatal tenta se reaproximar de grandes clientes, ao mesmo tempo em que estuda experiências internacionais de atividades que possam ser integradas à rede logística, sobretudo na área de serviços financeiros.

Outra medida prevê o aumento imediato da liquidez da empresa por meio do empréstimo que está sendo negociado com os bancos. Segundo Rondon, a captação será feita dentro dos interesses da companhia.

O que está acontecendo com os Correios?

No segundo trimestre deste ano, os Correios registraram prejuízo líquido de R$ 2,64 bilhões, mas a crise não é nova. No primeiro trimestre e no ano passado como um todo, os prejuízos da estatal foram de R$ 1,72 bilhão e R$ 2,6 bilhões, respectivamente.

A empresa costuma justificar a crise com a missão de garantir a universalização dos serviços postais. Afirma que 71% das localidades que atende “operam exclusivamente para cumprir os critérios de universalização, isto é, não apresentam lucro em suas operações”. Outra explicação é a queda das receitas, que tem relação com a redução do faturamento bruto de postagens internacionais.

A crise fez com que o presidente Lula trocasse o comando da estatal no mês passado. Saiu Fabiano Silva dos Santos, e assumiu Rondon, funcionário de carreira do Banco Central.

O atual presidente da estatal disse que nos últimos anos os Correios enfrentaram dificuldades para se adaptar rapidamente às transformações do setor logístico, marcado pela expansão do comércio eletrônico e por um ambiente concorrencial mais robusto.

Segundo ele, o marketplace dos Correios também está sendo revisto para que seja feita uma redefinição de estratégia da ferramenta.



Valor Econômico

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