Uma grande empresa realiza-se de várias maneiras, e uma delas é exportando seus produtos para o mercado internacional, que hoje é muito exigente do que foi ontem e com certeza sê-lo-á mais ainda amanhã, principalmente quando são frutas o produto exportado. Neste caso, são mais rígidas, mais severas as medidas de controle ou cuidados que previnem ou reduzem os prejuízos causados pela presença de pragas ou patógenos.
Este nariz de cera é justificado para qualificar e confirmar informação que esta coluna divulgou com exclusividade, no dia 9 de fevereiro do ano passado de 2024, dando conta da volta da cearense Itaueira Agropecuária à exportação de seus melões e melancias para o mercado europeu.
Nesta semana, de quarta-feira, 5, até hoje, 7, a Itaueira está de novo participando da Fruit Logistica, maior feira e exposição da cadeia produtiva mundial de Frutas, Legumes e Verduras (FLV), que, desde 1993, se realiza em Berlim, capital da Alemanha.
É nesse evento que se reúnem, anualmente, na primeira semana de fevereiro, mais de 60 mil compradores e vendedores de frutas e hortaliças produzidas em mais de 100 países dos diferentes continentes. Alguns desses compradores – que, na verdade, são importadores – reuniram-se na Fruit Logistica com os sócios e executivos da Itaueira, encaminhando e fechando negócios.
Nos três dias da feira, cujo encerramento é hoje, Tom Prado, sócio e CEO da Itaueira, seu irmão Caito e seu tio José Roberto, sócios e diretores da área comercial da empresa, além dos seus executivos de vendas para o exterior, tiveram reuniões previamente agendadas com importadores ingleses, italianos, alemães, franceses, belgas, holandeses, irlandeses, norte-americanos e canadenses.
“O melhor dessas reuniões foi conhecer novos importadores e futuros clientes e rever os antigos, que, já conhecendo a qualidade dos nossos produtos, estão retomando as compras dos nossos melões e melancias, que têm a marca Rei”, como disse Tom Prado à coluna, falando pelo telefone diretamente de Berlim e sem esconder o seu entusiasmo pelo sucesso das negociações.
Ele se referiu à Fruit Logistica como um ponto de presença obrigatória da fruticultura brasileira, “e essa presença está crescendo como resultado da ação da Abrafrutas e do apoio da Apex”, lembrou Tom Prado, para quem a Fruit Acttration, de Madri, que se realiza, também anualmente em outubro na capital espanhola, é outro evento importante da fruticultura mundial.
A Itaueira Agropecuária, fundada pelo empresário Carlos Prado e hoje dirigida pelos seus filhos, o quarto dos quais é o seu CEO, tem fazendas de produção no Ceará, no Piauí, na Bahia e no Rio Grande do Norte, nas quais produz melão – nas suas variedades amarelo, pele de sapo, gália e cataloupe – melancia, uva sem semente, mel de abelha, pimentões coloridos e camarão, todos com a marca Rei.
Neste momento, a Itaueira está implementando, em sua nova fazenda no Ceará, um projeto de produção de melão e melancia em área de 3 mil hectares, dos quais 1.500 passarão a produzir a partir do próximo mês de maio. Na cultura do melão, um hectare representa um emprego direto. Quando toda a área do projeto estiver produzindo, o que é previsto para os próximos três anos, terão sido criados 3 mil novos empregos.
Essa fazenda, localizada em área livre da mosca da fruta – o que significa uma espécie de passaporte para exportação para o mercado dos Estados Unidos e do Canadá – terá um moderno “packing house” (ampla instalação na qual as frutas são recebidas, processadas e embaladas antes de serem enviadas ao mercado). Esse equipamento encontra-se em fase final de instalação. A produção cearense da Itaueira destinar-se-á aos mercados interno brasileiro e externo, com foco no norte-americano e no canadense.
No Ceará, a empresa da família Prado já produziu melão e melancia, durante muito tempo, na sua antiga fazenda em Aracati, às margens do Canal do Trabalhador, também em área livre da mosca da fruta. A produção, porém, foi paralisada há sete anos por falta de água.
Agora, a fazenda, relocalizada, terá água assegurada pelo Eixão das Águas e outorgada pela Cogerh, organismo vinculado à Secretaria de Recursos Hídricos. É o agro cearense crescendo com tecnologia e investimento privado e com o apoio do governo do estado, que trabalha para melhorar sua infraestrutura de transporte.