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Casa de praia: mercado imobiliário vê demanda por segunda moradia no Ceará crescer – Negócios

Casa de praia: mercado imobiliário vê demanda por segunda moradia no Ceará crescer - Negócios

Além dos superprédios de alto padrão e das unidades habitacionais financiadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida, um outro tipo de imóvel tem influenciado os recordes de vendas do mercado imobiliário do Ceará: os de segunda moradia.

O setor tem registrado alta demanda por imóveis que não são a moradia principal das famílias, destinados a fins de semanas, férias e épocas festivas. 

Patriolino Dias, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), explica as construtoras têm investido na construção de imóveis com tamanho menor, mais acessíveis financeiramente.

As cidades com maior demanda para a segunda moradia são Aquiraz e Caucaia, mais precisamente nas praias de Porto das Dunas e Cumbuco, respectivamente. Patriolino destaca que a busca pela segunda moradia se relaciona com o incentivo a bem-estar e momentos em família.

“Depois da pandemia, as pessoas perceberam que algumas atividades não precisam estar necessariamente no presencial. As pessoas podem tirar uma sexta ou segunda-feira para trabalhar de casa, então a segunda moradia traz uma qualidade de vida muito maior”, aponta. 

SEGURANÇA E LAZER SÃO ATRATIVOS

Na busca pelo lazer, os cearenses buscam um segundo imóvel em praias tradicionais e também na região serrana de Guaramiranga, reitera Edmundo Rodrigues, sócio-diretor da Brasterra Imóveis, especializada em segunda moradia.

A empresa viu a procura por imóveis secundários crescer em cerca de 30% em 2024. Além de momentos de bem-estar em familiar, os cearenses também valorizam segurança para a segunda residência. 

“Houve uma mudança do perfil do produto. Antes, as pessoas tinham muitas casas soltas. Agora, há uma procura maior por condomínios, com infraestrutura de segurança, área de lazer fechada e outras comodidades”, aponta Edmundo. 

A forte demanda por imóveis de ocasião vem também de moradores de outros estados e países, destaca Eduardo Pereira, CEO da Prosper Urbanismo, incorporadora com diversos projetos imobiliários. 

As vendas da empresa em 2024 superaram em 50% os negócios realizados em 2023. Eduardo destaca que os esportes marítimos, como o kitesurf, são grandes atrativos. 

“Eventos de kitesurf, com a força dos ventos, nosso clima e águas mornas, aquecem o setor. No caso dos estrangeiros, são atraídos também pelo câmbio atual e crescente potencial de valorização de imóveis ‘pé na areia”, aponta. 

NOVAS FRENTES DE EXPANSÃO

O Censo 2022 detectou um crescimento de 18,8% nos domicílios de uso ocasional, na comparação com 2010. Foram identificados 213,1 mil imóveis com esse perfil em todo o Ceará — 100 mil a mais que em 2010. 

O crescimento parte de um processo de ampliação das frentes imobiliárias de segunda moradia, explica Alexandre Queiroz Pereira, pesquisador do Observatório das Metrópoles. 

“Até os anos 1990, poderíamos destacar que predominava a construção desse tipo de residência de forma mais informal. Mas nos anos 2000, a lógica mudou. Antes muito restrito ao Icaraí, esse padrão se disseminou para o Porto das Dunas. Surgiram novas frentes de expansão, como as praias dos Preá, Trairi, Fortim”, aponta.

Com isso, há uma diversificação das possibilidades de investimento em segunda moradia. A ‘casa de praia’ pode ser um imóvel construído em um pequeno lote ou até imóveis de superluxo, avaliados em milhões de reais. 

“Tem se tornado também comum aqui no Ceará os projetos multipropriedade. Há venda de frações do imóvel, seja apartamento ou casa, divididos em frações. Você pode comprar uma fração que corresponde a uma semana de estadia, por exemplo. Quando mais tempo, mais cara a fração”, aponta. 

O especialista destaca que, além da decisão das famílias, o movimento imobiliário também se relaciona com a ‘plataformização’ do sistema de hospedagem para turistas. Há uma intensa construção de imóveis para aluguel em plataformas como Airbnb e Booking. 

O fenômeno intensificado da segunda moradia também ocorre dentro de Fortaleza. “Isso ocorre principalmente em bairros litorâneos, como Meireles e Praia de Iracema, com imóveis de pessoas que moram em outras cidades. Não é incomum você observar imóveis vazios no ano e ocupados durante o período das férias”, aponta. 



Ceará Agora e Diário do Nordeste

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